Marcopolo confirma participação na Busworld Europa 2025 com modelos da Geração 8

Presidente da Fabus avalia impacto das tarifas dos EUA e prevê crescimento no mercado de ônibus

Do PORTAL UNIBUS
Foto: Divulgação (Marcopolo / Secco Comunicação)

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus (Fabus), Ruben Bisi, avaliou que as tarifas impostas pelo governo de Donald Trump às exportações brasileiras não devem impactar diretamente o setor de ônibus. Segundo ele, as fabricantes instaladas no Brasil não realizam exportações diretas para os Estados Unidos.

“Poderá trazer custos indiretos em relação ao combustível de petróleo, mas para alguns insumos, como o aço, que é um item importante para a produção de carrocerias de ônibus, haverá uma oferta maior ao mercado interno. Esse produto poderá ter um arrefecimento no aumento de preço porque vai haver sobra no Brasil. Não acredito que haverá redução no preço, mas uma diminuição na escalada de aumento. Tudo ainda é muito incerto”, afirmou Bisi em entrevista à Technibus durante o Seminário Nacional NTU.

Ele destacou ainda que grandes produtores que antes exportavam para os Estados Unidos já reduziram atividades e concederam férias coletivas à espera de negociações governamentais que possam amenizar ou adiar os efeitos das tarifas, como ocorreu na disputa comercial com a China.

Mercado nacional
Apesar do cenário internacional, Bisi mostrou confiança no desempenho do mercado brasileiro de ônibus em 2025. Ele lembrou que em 2024 o setor cresceu 19,2% em relação a 2023 e que a expectativa para este ano é de expansão de 5% na produção nacional.

“Até o mês de julho, os números mostram um aumento de 7% e agora, principalmente os modelos rodoviários e de fretamento, têm uma demanda acelerada no fim do ano. A procura está crescente e a carteira de todas as associadas da Fabus está comprometida em dois meses. Por isso, acreditamos que poderemos ter esse crescimento de 5% em relação a 2024, que já foi um ano muito bom”, disse.

Se a previsão se confirmar, a produção de ônibus poderá ultrapassar 24 mil unidades em 2025.

Mercado de elétricos
Na avaliação da entidade, o segmento de ônibus elétricos também tem perspectivas favoráveis. Bisi reconheceu que o mercado enfrentou entraves em São Paulo devido a problemas de fornecimento de energia nas estações de recarga, mas afirmou que a situação está sendo normalizada e outras cidades já estão ampliando suas frotas.

“O mercado de elétricos estava baseado em São Paulo, que teve problemas com o fornecimento de energia das estações de recarga, e travou um pouco o processo. Mas agora está se recuperando. Goiânia, por exemplo, já iniciou a compra de veículos. Não é o volume que se imaginava, mas várias cidades estão começando a adquirir os elétricos”, afirmou.

Ele acrescentou que São Paulo também poderá adotar ônibus a biometano, o que diversifica as alternativas de matriz energética. “O elétrico não terá a demanda projetada como estava há dois anos, mas é uma tecnologia que veio para ficar.”

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