Do PORTAL UNIBUS
Foto: Reprodução (Redes sociais)
Mesmo com denúncias recorrentes e a cobrança de respostas na frota do transporte alternativo intermunicipal da Grande Natal ao órgão gestor, o Departamento de Estradas e Rodagens (DER/RN), os problemas de acessibilidade persistem. A denúncia mais recente recebida pelo PORTAL UNIBUS envolve justamente o veículo mais novo do sistema: o micro-ônibus de prefixo 1.E2.23, fabricado em 2024 e emplacado como modelo 2025. Apesar de ser o mais moderno da linha, o veículo apresenta falhas no atendimento a usuários com mobilidade reduzida, contrariando normas técnicas e expectativas de inclusão.
O micro-ônibus 1.E2.23 entrou em operação no início de 2025, sendo integrado à linha B1 (Parnamirim/Natal – Via Alecrim). Apesar de ter sido fabricado conforme as mais recentes normas de acessibilidade, a forma como o veículo foi adaptado para operação compromete a funcionalidade dos recursos disponíveis aos passageiros.


As principais falhas foram verificadas na ausência do banco auxiliar para a pessoa com deficiência no espaço do cadeirante, a falta de balaústres (barras de ferro) nos bancos do lado esquerdo e em parte da barra superior também do lado esquerdo no início do veículo, dificultando que os usuários possam se segurar com o veículo em movimento.


Problema parecido – a falta de barras de ferro – ocorre em outro veículo da linha B1, o carro 1.E2.27, como mostrado anteriormente pelo PORTAL UNIBUS.
A falta dos itens – que são obrigatórios, conforme normas da ABNT – comprometem a estabilidade e segurança de passageiros, especialmente aqueles com deficiência ou mobilidade reduzida, durante o uso do veículo.
Inadimplemento mesmo em veículos novos
Mesmo sendo o modelo mais novo da frota alternativa intermunicipal, fabricado já com todos os mais atualizados parâmetros de acessibilidade, o veículo com a matrícula 1.E2.23 não vem garantindo o atendimento completo aos passageiros com deficiência. A constatação de que até os veículos mais modernos apresentam falhas evidencia que a questão vai além da idade dos ônibus — trata-se de uma falha estrutural no planejamento, implantação e fiscalização da acessibilidade no transporte alternativo.
Sem fiscalização ampla, falhas se repetem
Até o momento, pouco tem sido visto a atuação do DER/RN em relação aos casos. A maioria dos veículos denunciados em matérias do PORTAL UNIBUS desde março permanecem com falhas na acessibilidade. Em resposta a um dos casos anteriores, o órgão reconheceu a ausência de balaústres e comprometeu-se a inspecionar a acessibilidade dos veículos “in loco”. No entanto, com a reincidência dos problemas até mesmo em novos veículos, cresce a pressão por uma auditoria completa da frota e medidas que assegurem a acessibilidade de forma padronizada e permanente.

Apesar dos avanços pontuais, a acessibilidade no transporte alternativo da Grande Natal segue sendo uma promessa incompleta. Enquanto a fiscalização permanecer fragmentada e reativa, passageiros com deficiência continuarão enfrentando dificuldades diárias para exercer seu direito básico à mobilidade com dignidade e segurança.