Do PORTAL UNIBUS
Foto: Divulgação (BYD Brasil)
A cidade de São Paulo deu um novo salto rumo à mobilidade sustentável, com a ampliação da frota de ônibus elétricos em circulação. De acordo com o estudo “Implantação de Ônibus Elétricos na Cidade de São Paulo”, a capital paulista passou de 460 veículos em 2024 para 789 em 2025 — sendo 588 movidos a bateria e 201 trólebus. O levantamento foi elaborado pela Parceria ZEBRA (Zero Emission Bus Rapid-deployment Accelerator), uma iniciativa do ICCT Brasil (Conselho Internacional de Transporte Limpo) e da C40 Cities para acelerar a transição energética no transporte público da América Latina.
Com mais de 13 mil ônibus rodando diariamente e cerca de 2,5 milhões de passageiros transportados, São Paulo já possui a maior frota do país. A meta da cidade é zerar as emissões de CO₂ até 2038, com redução de 95% em NOₓ e material particulado.
O estudo aponta que o modelo de subvenção parcial adotado pela prefeitura pode gerar uma economia de R$ 4,8 bilhões em 12 anos. Os testes com veículos elétricos mostram eficiência energética até quatro vezes maior do que a de modelos a diesel. A publicação também aborda estratégias de recarga, planejamento energético, telemetria e monitoramento de baterias, com o objetivo de orientar outras cidades da região interessadas na adoção de ônibus de emissão zero.
Na América Latina, a presença dos ônibus elétricos tem crescido rapidamente. Ao final de 2024, eram 6.055 unidades em circulação, aumento de 13% em relação ao ano anterior. Em maio de 2025, o número subiu para 6.747. A frota da região é composta principalmente por ônibus elétricos a bateria (BEBs), com destaque para Santiago (Chile) e Bogotá (Colômbia), que juntas respondem por mais de 65% do total.
São Paulo aparece como destaque regional, concentrando 30% dos BEBs adquiridos até 2024, atrás apenas de Santiago, com 34%. Os trólebus ainda mantêm participação expressiva em cidades como Quito, Cidade do México e a própria capital paulista.
Em termos de eficiência, os BEBs de 12 a 15 metros, padrão predominante na região, reduzem em média 77,2% das emissões no Brasil em comparação aos ônibus a diesel. No Chile, esse número chega a 68,8%.
A China segue como principal fornecedora de ônibus elétricos para a América Latina. A BYD lidera com 2.606 unidades, seguida pela Foton (1.404) e Yutong (890). A brasileira Eletra é o maior player nacional, com 477 veículos comercializados. As fabricantes chinesas somam 85% da frota da região, enquanto marcas latino-americanas representam cerca de 9% e europeias, menos de 2%.