São Paulo avalia uso de biometano no transporte público como alternativa ao diesel

Do PORTAL UNIBUS
Foto: Fábio Melotto (Iveco Group)

A Prefeitura de São Paulo está analisando a possibilidade de adotar o biometano como alternativa sustentável ao diesel no transporte público. A decisão será influenciada pelos resultados de um seminário realizado na última semana de março, que reuniu especialistas do setor público, acadêmicos e representantes da iniciativa privada.

Inicialmente, a administração municipal priorizava a eletrificação da frota como principal estratégia para a transição energética. No entanto, dificuldades na implementação desse plano, principalmente devido à falta de infraestrutura fornecida pela concessionária de energia elétrica Enel, levaram à reconsideração de outras opções.

Viabilidade do biometano
Durante o seminário, foi discutida a viabilidade do biometano como combustível para ônibus urbanos. Os participantes destacaram a disponibilidade crescente do biocombustível nos próximos anos, a infraestrutura já existente para produção e distribuição, e os benefícios ambientais, como a redução da pegada de carbono. Além disso, a indústria demonstrou capacidade para fabricar veículos movidos a biometano em volume suficiente para atender a demanda da cidade.

Impacto ambiental e economia circular
Outro ponto abordado no evento foi o potencial do biometano para impulsionar a economia circular. O combustível é obtido a partir da purificação do biogás, separando as moléculas de metano do dióxido de carbono – um dos principais gases responsáveis pelo efeito estufa.

A produção do biogás ocorre por meio da decomposição de resíduos orgânicos em ambientes sem oxigênio, aproveitando materiais como resíduos agrícolas, restos de animais, lixo urbano e esgoto, que, de outra forma, seriam descartados.

A Associação Brasileira do Biogás (Abiogás), com base em estudo da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), apresentou dados que apontam um potencial brasileiro de produção de 120 milhões de metros cúbicos de biometano por dia. Desse total, 57,6% vêm do setor sucroenergético, 38,9% da proteína animal, 18,2% da produção agrícola e 6,1% do saneamento.

A análise da prefeitura sobre o uso do biometano pode representar um novo caminho para a transição energética no transporte público paulistano, reduzindo a dependência do diesel e promovendo uma solução sustentável para a mobilidade urbana.

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