Do PORTAL UNIBUS
Foto: Divulgação (Agência CNT de Notícias)
Representantes do Sistema Transporte se reuniram na terça-feira (20) com uma comitiva da empresa chinesa CHTC KINWIN, fabricante de ônibus elétricos, para discutir a possibilidade de investimentos no Brasil. A companhia está em uma missão de reconhecimento e prospecção do mercado brasileiro, com o objetivo de decidir sobre a instalação de uma fábrica no país.
Durante a reunião, os chineses buscaram entender melhor as demandas e expectativas dos transportadores brasileiros. Caso essas expectativas sejam atendidas, a CHTC KINWIN considera seriamente estabelecer uma planta de produção no Brasil.
Vander Costa, presidente do Sistema Transporte, recebeu a comitiva e destacou o papel da Confederação Nacional do Transporte (CNT) na representação dos interesses dos empresários do setor junto aos Três Poderes da República. “O Brasil possui uma matriz energética diversificada, o que torna essencial a disponibilidade de múltiplas opções. Isso nos permite escolher a solução que melhor se adapta à realidade de cada região”, comentou Costa.
Bruno Batista, diretor executivo da CNT, apresentou dados sobre o uso de ônibus elétricos no Brasil, extraídos da recente Pesquisa CNT de Mobilidade da População Urbana. Ele ressaltou que, embora mais de 90% da população que utiliza transporte público no país o faça por meio de ônibus, a presença de veículos elétricos ainda é limitada em comparação aos modelos de combustão tradicional. “Temos observado um movimento recente de aquisição de ônibus no padrão Euro 6, movidos a biodiesel, mas o mercado de eletrificação ainda tem muito espaço para crescer no Brasil”, explicou Batista.
CHTC KINWIN demonstra interesse em investir no Brasil
Duan Shulin, vice-presidente da CHTC KINWIN, detalhou a gama de produtos oferecidos pela empresa globalmente, incluindo ônibus para transporte de passageiros, caminhões, vans, ambulâncias, e caminhões de lixo, além de componentes veiculares como motores. Shulin destacou que os veículos da empresa são montados em fábricas regionais com mão de obra local, o que facilita a transferência de tecnologia para os países onde atuam. “Nossos ônibus são personalizáveis, permitindo que cada empresa adapte o layout conforme suas necessidades, incluindo a quantidade de portas e assentos”, afirmou.
Os ônibus elétricos da CHTC KINWIN têm capacidade de rodar cerca de 12 horas após apenas uma hora de carregamento. A empresa já possui operações em países como Portugal, Bulgária, Austrália, Índia e Uganda, e planeja expandir para o mercado brasileiro.
Shulin reconheceu os desafios para se adequar às regulamentações brasileiras e afirmou que a empresa está trabalhando para obter todas as licenças necessárias. Ele também solicitou o apoio da CNT para mapear as dificuldades enfrentadas pelos transportadores e usuários brasileiros, visando oferecer soluções sob medida.
Expansão global do mercado de veículos elétricos
Desde 2019, a legislação chinesa proíbe a produção de ônibus movidos a combustíveis fósseis, impulsionando o desenvolvimento do mercado de veículos elétricos no país e a expansão para outros mercados, incluindo o Brasil, com a chegada de empresas como a BYD.
Além de Vander Costa e Bruno Batista, o encontro contou com a participação de outros membros do Sistema Transporte, incluindo Valter Souza, diretor de Relações Institucionais da CNT; Fernanda Rezende, diretora executiva adjunta da CNT; Nicole Goulart, diretora executiva nacional do SEST SENAT; João Victor Mendonça, diretor executivo do ITL; e Igor Fernandes, assessor da Presidência.
Também participaram da reunião Martin Wang, representante da CHTC no Brasil; Qing Weiting, gerente de negócios da HuaXin Internacional Investment; Jean Carlos Pejo, diretor da Dare Fall’s Investimento; e Mario Menel, presidente da Associação Brasileira dos Investidores em Autoprodução de Energia.