Do PORTAL UNIBUS
Foto: Fernanda Carvalho (Fotos Públicas)
Os preços dos combustíveis apresentaram aumentos significativos em julho, conforme revelado por dois levantamentos distintos. A gasolina, o etanol e o diesel registraram altas em comparação ao mês anterior, refletindo uma tendência de elevação nos custos para os consumidores brasileiros.
O levantamento da ValeCard, que analisou transações em mais de 25 mil postos de combustíveis em todo o país, apontou que o preço médio da gasolina subiu 2,57%, o etanol 4,02% e o diesel 1,18% em relação a junho. Esses aumentos superaram o ritmo da inflação medida pelo IPCA-15, que ficou em 0,30% em julho, uma queda em relação aos 0,39% registrados em junho. Nos últimos 12 meses, a inflação acumulada foi de 4,45%, acima dos 4,06% anteriores.
Brendon Rodrigues, head de inovação e portfólio da ValeCard, explica que a inflação geral contribui para o aumento dos custos de produção dos combustíveis, como mão de obra e insumos para refinarias, o que leva as empresas a repassarem esses custos para os consumidores. A Petrobras, por exemplo, anunciou um aumento de 7,1% nos preços da gasolina para as distribuidoras em 8 de julho, o que resultou em um acréscimo de R$ 0,20 por litro. Esse ajuste seguiu uma redução de preços ocorrida em outubro de 2023.
Comparando julho de 2023 com julho de 2024, o aumento nos preços dos combustíveis foi notável: a gasolina subiu 7,48%, passando de R$ 5,758 para R$ 6,189 por litro, o etanol aumentou 3,75%, passando de R$ 3,971 para R$ 4,129, e o diesel teve a maior alta, de 19,02%, saltando de R$ 5,235 para R$ 6,231.
Rodrigues atribui esses aumentos a fatores globais, como o conflito entre Rússia e Ucrânia, que impactou os preços das commodities e elevou os custos de produção. Instabilidades econômicas pós-pandemia e impostos sobre combustíveis, como PIS/Cofins e ICMS, também contribuíram para o aumento dos preços.
O Índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL) confirmou um reajuste médio de 7,11% nos preços da gasolina em julho, refletido em um aumento de 1,64% no valor do litro ao longo do mês, fechando a R$ 6,19. O etanol, por sua vez, subiu 1,96%, com o litro atingindo a média de R$ 4,16.
Regiões como o Norte e o Sul apresentaram as maiores variações. No Norte, a gasolina subiu 2,16%, fechando a R$ 6,62, enquanto o etanol foi encontrado a R$ 4,79, com aumento de 3,01%. No Sul, o etanol teve o maior aumento regional, subindo 3,08%, para R$ 4,35. O Sudeste registrou a média mais baixa para a gasolina a R$ 6,06, e o Centro-Oeste teve o valor mais baixo para o etanol, a R$ 4,06.
Estados como o Acre e o Ceará registraram os preços mais altos, com a gasolina no Acre a R$ 7,11 e o etanol no Ceará a R$ 5,15. Em contraste, São Paulo apresentou os preços mais baixos para ambos os combustíveis, com a gasolina a R$ 5,94 e o etanol a R$ 3,95. O Ceará também teve o maior aumento para a gasolina, de 4,13%, enquanto o Amazonas viu o maior aumento para o etanol, de 6,03%.
Douglas Pina, Diretor-Geral de Mobilidade da Edenred Brasil, destaca que o cenário de preços altos deve continuar em agosto, impactando o bolso dos motoristas. Ele também observa que o etanol, por emitir menos poluentes, continua sendo uma opção ecologicamente vantajosa, especialmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, onde o combustível é mais barato e vantajoso para a mobilidade de baixo carbono.