Do PORTAL UNIBUS
Foto: Rovena Rosa (Agência Brasil)
A Justiça do Trabalho determinou a realização de uma audiência de conciliação nesta quarta-feira, 05, entre o sindicato patronal e os trabalhadores das empresas de ônibus de São Paulo, que planejam uma paralisação para a próxima sexta-feira, 07. A decisão foi anunciada na noite de ontem, 04, pelo Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2).
“Intimem-se, com urgência, as partes e o sindicato da categoria patronal (Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo – SPUrbanuss), para que compareçam devidamente representados e acompanhados de seus procuradores”, declarou o TRT-2.
Mais cedo, a Procuradoria Geral do Município havia ingressado com uma ação no Tribunal Regional do Trabalho. O prefeito Ricardo Nunes detalhou os pedidos em uma publicação no Twitter. A Prefeitura de São Paulo solicitou o funcionamento total da frota de ônibus nos horários de pico, das 6h às 9h e das 16h às 19h. Nos demais horários, a administração municipal pediu que 80% da frota seja mantida operante.
Nunes também solicitou a aplicação de uma multa diária de R$ 1 milhão em caso de descumprimento das medidas. O pedido inclui a proibição de qualquer forma de bloqueio em garagens, vias públicas ou terminais, e que o Ministério Público do Trabalho seja intimado a fiscalizar o serviço.
A ação destaca que a greve pode afetar até 4,3 milhões de pessoas. “É importantíssimo ressaltar que o movimento paredista prejudicará a circulação dos ônibus nos 30 terminais da cidade e nas 1.304 linhas operadas pelas concessionárias de transporte coletivo. Estudos da SPTrans estimam que a quantidade de passageiros afetados poderá chegar a 4,3 milhões de pessoas que são transportadas diariamente pelos grupos Estrutural e Local de Articulação Regional”, diz o documento.
Detalhes da greve
Os trabalhadores das empresas de ônibus de São Paulo planejam uma greve para sexta-feira, 7 de junho. Cerca de 60 mil profissionais do setor, incluindo motoristas e cobradores, devem paralisar as atividades. A decisão foi tomada na tarde da última segunda-feira, 3 de junho, em uma assembleia realizada em frente à Prefeitura, no centro de São Paulo.
As reivindicações dos trabalhadores incluem um reajuste salarial de 3,69% conforme o IPCA-IBGE, um aumento real de 5% e a reposição das perdas salariais durante a pandemia, calculada em 2,46% pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). De acordo com o SindMotoristas, os empregadores ofereceram apenas 2,77% de reajuste e a composição da diferença pelo Salariômetro, índice medido pela Fipe, proposta que já havia sido rejeitada em setembro.
Em nota, a Prefeitura de São Paulo afirmou que defende o direito à livre manifestação, desde que a legislação seja cumprida, com aviso prévio de 72 horas antes da paralisação e a manutenção de uma frota mínima nos horários de pico para reduzir o impacto sobre a população. “Em relação às motivações dos trabalhadores, cabe à Prefeitura apenas acompanhar a negociação entre as partes. A administração municipal espera que os representantes da categoria e dos empresários encontrem um ponto em comum na campanha salarial sem prejuízo aos passageiros”, concluiu a nota.