Do PORTAL UNIBUS
Foto: Matheus Felipe
A Câmara Municipal de Natal realizou, na última sexta-feira (12), uma audiência pública para discutir a viabilidade da implementação da tarifa zero no transporte público da capital potiguar. A iniciativa foi proposta pelo vereador Milklei Leite (PV), visando explorar alternativas para financiar integralmente o transporte público com o orçamento municipal.
Durante as discussões, foram apresentados diferentes modelos de financiamento do transporte público adotados em outras cidades ao redor do mundo. A tarifa zero é uma política pública que possibilita o uso do transporte público sem cobrança de tarifa dos usuários finais, sendo financiada pelo orçamento municipal, com fontes de recursos variadas, dependendo da estratégia adotada por cada cidade.
Rubens Ramos, engenheiro de transportes da UFRN, compartilhou dados e gráficos sobre a implementação desse projeto em outras localidades, como Caucaia, o segundo município mais populoso do Ceará, com 369 mil habitantes. Ele destacou o potencial da tarifa zero para impulsionar a economia local, gerando aumento do emprego e impactando positivamente a dinâmica de trabalho, empresas e renda na cidade.
Guto Castro, assessor da STTU, representando o município de Natal, ressaltou que a prefeitura não é contra a proposta, mas enfatizou a importância de identificar a fonte de financiamento no orçamento municipal e realizar um estudo de viabilidade abrangente.
O debate também abordou iniciativas em nível nacional, como a proposta do governo Lula de criar um sistema único de mobilidade, semelhante ao SUS, financiado por meio de taxação dos mais ricos para subsidiar o transporte dos menos favorecidos.
Para envolver a sociedade no diálogo, o vereador Milklei Leite mencionou um projeto para realizar um plebiscito sobre o assunto, citando exemplos como o modelo adotado em Caucaia, onde os empresários são remunerados com base nos quilômetros percorridos.
Além do vereador proponente, estiveram presentes na audiência os vereadores Herberth Sena (PV), Eribaldo Medeiros (REDE), Brisa Bracchi (PT) e a deputada federal Natália Bonavides (PT).