Do PORTAL UNIBUS
Foto: Rafael Fernandes (Gentilmente cedida ao PORTAL UNIBUS)
Apesar do reajuste zero nas passagens de ônibus e da unificação dos anéis tarifários pelo menor valor, a situação do transporte público na Região Metropolitana do Recife continua difícil. O cenário foi explicitado após a Expresso Vera Cruz, uma das oito empresas permissionárias autorizadas a circular na capital pernambucana e em seu entorno, solicitar a devolução de nove linhas e exigir a unificação e a permuta de outras cinco linhas.
A Vera Cruz informou, em ofício enviado ao governo de Pernambuco, gestor do Sistema de Transporte Público de Passageiros da RMR (STPP/RMR), que as linhas afetadas estão na zona Sul do Recife e nas cidades de Jaboatão dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca. Além das nove linhas que quer devolver, a empresa pede a unificação de duas linhas e o compartilhamento e a permuta de outras cinco.
A empresa justifica que, apesar de ter vencido a licitação do Lote 4 ainda em 2014 – revogada pelo governo em 2019 -, a situação tornou-se impraticável ao longo dos anos. A implantação da Linha Sul do Metrô e dos terminais integrados, segundo a Vera Cruz, gerou déficit operacional e desequilíbrio econômico-financeiro da operação, agravado pela concessão de linhas “superavitárias” da cidade de Jaboatão dos Guararapes à empresa São Judas Tadeu.
Até o fechamento da matéria, o governo de Pernambuco, por meio do CTM, não fez algum posicionamento oficial sobre o pleito da Vera Cruz.
A preocupação com o impacto financeiro é compartilhada por todo o setor, especialmente entre as permissionárias. O receio é de atrasos no pagamento dos subsídios, visto que o governo estadual decidiu aumentar o subsídio público para cobrir o não reajuste das passagens e a unificação dos anéis tarifários. Embora o custo adicional estimado seja de R$ 60 milhões, o setor especula que esse valor possa chegar a R$ 100 milhões até o final do ano.