Frotas de ônibus ganham papel importante na mobilidade elétrica do Brasil

Do Jornal O Estado de S. Paulo
Foto: Arquivo (Marcopolo / Via Secco Comunicação)

Mobilidade elétrica no Brasil está cada vez mais ligada ao transporte público e menos aos carros luxuosos. Afinal, as frotas de ônibus estão ganhando um papel cada vez mais importante no setor.

Neste mês, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu apoio a empresas nacionais de transporte público sustentável. Na ocasião, Lula ressaltou que é importante a parceria que o país possui com a China para ônibus elétricos, mas que prefere a compra de ônibus nacionais.

A declaração foi durante uma visita à sede da Eletra, fábrica de ônibus elétricos em São Bernardo do Campo (SP). A empresa possui uma estrutura de 27 mil metros quadrados nas proximidades da Via Anchieta, onde terá capacidade para produzir 150 ônibus elétricos por mês, ou até 1.800 por ano.

De acordo com a empresa, a ampliação da sede integra um plano de investimentos de R$ 150 milhões. Assim, o objetivo é posicionar a empresa como líder latino-americana na produção de ônibus elétricos, além de gerar 500 empregos diretos nos próximos dois anos.

Os veículos da empresa têm tecnologia de tração elétrica e eletrificação e-Bus Eletra, carroceria Caio eMillennium, motor elétrico, inversor e baterias WEG. Portanto, são empresas brasileiras envolvidas na produção dos ônibus. Já os chassis são Mercedes-Benz e Scania, também fabricados no Brasil.

Atualmente, a empresa atua com seis modelos diferentes. Assim, tem como objetivo atender às diferentes características topográficas e urbanas de qualquer cidade brasileira.

Carros elétricos ainda são maioria
Apesar de o governo federal incentivar frotas de ônibus elétricos no país, os carros ainda são a maioria na mobilidade elétrica no Brasil. Nos cinco primeiros meses de 2023, foram licenciados 3.142 carros elétricos no país. A taxa de participação é de 0,4%.

Já o número de ônibus e caminhões elétricos chegou a 205. Contudo, a participação também é de 0,4%. Os dados são da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Ainda assim, o poder público tem grande influência sobre os rumos da mobilidade elétrica no país. Exemplo disso é a meta da cidade de São Paulo de ter 2,6 mil ônibus elétricos circulando nas ruas até o final de 2024.

De acordo com a Prefeitura de São Paulo, o Programa de Metas do município prevê que 20% da frota seja composta por ônibus elétricos. A medida é parte das ações municipais para cumprimento da Lei de Mudanças Climáticas.

Contudo, a Prefeitura já apresentou modelos internacionais de ônibus, como o Azure A12 BR, fabricado pela chinesa Higer Bus e totalmente movido a baterias. Ainda assim, a cidade possui pouco mais de 200 ônibus elétricos, o que representa 9% da meta.

No contexto das metas, porém, a nacional Eletra precisaria de cerca de 15 meses para atender as metas da cidade de São Paulo. Assim, o mercado aponta para uma diversidade de fabricantes, nacionais e internacionais, dando suporte ao crescimento da mobilidade elétrica no transporte público.

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