Da Agência AutoData
Foto: Arquivo (Marcopolo / Via Secco Comunicação)
Assim como fez para automóveis e comerciais leves a Fenabrave também revisou para baixo as projeções de vendas de caminhões e ônibus em 2022. A entidade, que reúne as revendas franqueadas dos fabricantes, divulgou na terça-feira, 5, suas novas estimativas ajustando para zero a variação sobre o ano passado dos emplacamentos de veículos pesados.
A Fenabrave agora estima que serão emplacados 127,6 mil caminhões em 2022, quase o mesmo número de 2021, sem nenhum crescimento, portanto, contra a expectativa divulgada em janeiro que era de expansão nas vendas de 7,3%, para 136,6 mil unidades.
Para ônibus a entidade ainda espera uma pequena variação positiva de 2,8% sobre 2021, com o total de 18,2 mil emplacamentos, mas abaixo da projeção de 19,1 mil unidades e crescimento de 8% no segmento que mais perdeu com os efeitos da pandemia em 2020 e 2021.
Para José Maurício Andreta Jr., presidente da Fenabrave, o problema no segmento de caminhões ainda é a produção das fábricas abaixo da demanda por falta de componentes. “No início do ano havia muitas entregas represadas, com espera que chegava a 180 dias. Este problema foi reduzido e o segmento conseguiu se estabilizar, mas ainda não atende todas as encomendas.”
O dirigente pondera que ainda é possível atingir a projeção anterior, de crescimento de 7% nas vendas de caminhões este ano, se as fábricas conseguirem aumentar o ritmo produtivo. Andreta Jr. avalia que o mercado ainda pode ser aquecido no segundo semestre se os fabricantes conseguirem atender todas as encomendas de clientes que querem escapar dos aumentos de preços que serão provocados pela adoção de motores diesel Euro 6, para atender a legislação de emissões para veículos pesados Proconve P8, que entra em vigor a partir de janeiro de 2023.
No caso das vendas de ônibus as projeções de crescimento foram reduzidas por causa da falta de incentivos de programas do governo. “Vejo alguns problemas no horizonte para esse segmento, porque no segundo semestre não teremos nenhuma licitação do Caminho da Escola, responsável boa parte das vendas de ônibus atualmente”.
Caminhões: O relatório mensal da Fenabrave indica o emplacamento de 57,3 mil caminhões de janeiro a junho deste ano, resultado que revela pequena retração de 1,2% sobre o primeiro semestre de 2021.
As vendas de caminhões em junho resultaram em 10,8 mil emplacamentos, em alta de 5,3% sobre maio e queda de 2,1% na comparação com o mesmo mês do ano passado.
Andreta Jr. destacou que houve crescimento em junho mesmo com um dia útil a menos em relação a maio. “Levando em conta que cada dia útil representa cerca de 5% do nosso faturamento mensal, podemos dizer que as vendas de caminhões cresceram 10% em junho.”
Ônibus: Os emplacamentos de ônibus somam 9,2 mil unidades no primeiro semestre deste ano, o que representa leve retração de 1,3% sobre o mesmo período de 2021.
Considerando só os emplacamentos de junho, foram 1,7 mil, em queda de 3,4% sobre maio e retração de 1,9% ante o mesmo mês do ano passado. “Os volumes de vendas de ônibus ainda não voltaram aos níveis pré-pandemia”, disse Andreta Jr.