Da Revista Technibus
Foto: Divulgação (Mercedes-Benz do Brasil)
As iniciativas das empresas para tentar conter o avanço das mudanças climáticas tem estimulado o desenvolvimento de veículos elétricos em todo o mundo. No mercado brasileiro a quantidade de automóveis e comerciais leves emplacados em 2021 foi de 2.860 unidades, ante 801 unidades registradas em 2020, e no segmento de veículos pesados (caminhões e ônibus) foram 313 veículos, enquanto em 2020 eram 41 modelos, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Com relação aos caminhões e ônibus equipados com a nova tecnologia de propulsão – elétricos e a gás –, a quantidade de modelos licenciados em janeiro deste ano alcançou o volume de todo o ano de 2019. “É um crescimento bem significativo no primeiro mês deste ano”, disse Gustavo Bonini, vice-presidente da Anfavea. Em janeiro de 2022, foram vendidos 77 veículos com novas tecnologias de propulsão – 63 elétricos e 14 a gás – e em 2019 o total foi de 76 veículos – 66 elétricos e dez a gás.
“Os veículos elétricos são uma tendência que veio para ficar, mas o volume ainda não vai ser tão expressivo quando comparado ao diesel porque o custo do ônibus elétrico é elevado e os contratos precisam prever no mínimo 15 anos para ter viabilidade do veículo”, afirmou Walter Barbosa, diretor de vendas e marketing da Mercedes-Benz do Brasil.
Segundo o diretor da Mercedes-Benz, embora os veículos elétricos continuam sendo a notícia de maior circulação no momento e os municípios tenham planos de comprar ônibus elétricos, ainda não há uma venda efetiva. “Para este ano existe grandes possibilidades de ter em operação de ônibus elétricos nas cidades de São Paulo, com volume que poderá variar de 150 a 250 veículos, em Salvador, com oito e Vitória, com quatros carros”, disse Barbosa.
“No Rio de Janeiro a programação é de comprar 62 ônibus elétricos em 2023 por meio de licitação realizada pela Companhia Municipal de Transporte Coletivo (CMTC), empresa criada pelo prefeito Eduardo Paes.” Segundo Barbosa, as cidades de Goiânia e Curitiba também estão avaliando colocar ônibus elétrico no sistema de transporte, mas não tem nada definido para este ano.
Outras alternativas para ajudar na redução de emissão de poluentes pelos veículos é o biodiesel na proporção de 20% de adição ao diesel e o HVO, biocombustível de última geração que tem como desafio a produção no Brasil. “O gás tem avançado, mas não é muito vantajoso devido ao custo de implementação e tem o mesmo desafio do modelo elétrico, como o peso do cilindro, tempo de abastecimento e infraestrutura”, disse Barbosa.
“Para uma frota de 350 ônibus, o valor gasto para construir tanques de armazenamento de diesel, biodiesel e HVO é de R$ 640 mil, enquanto para montar a estrutura do gás custa R$ 20 milhões porque são necessários compressores de alta pressão para abastecer o veículo em menor tempo”, explicou Barbosa.