Do Diário do Transporte
Foto: Matheus Felipe/Ilustração
O óleo diesel S-10, usado nos ônibus, caminhões e utilitários em áreas urbanas ou trajetos rodoviários, subiu quatro vezes mais que a inflação acumulada entre agosto de 2020 e julho de 2021, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor – Amplo), considerado o índice da inflação oficial no Brasil.
Enquanto que o IPCA no período ficou em 8,99%, o óleo diesel S-10 teve alta de preço na ordem de 36,36%. Já a gasolina, registrou alta de 39,66%, também entre agosto de 2020 e julho de 2021.
No mesmo período, os preços dos pneus subiram 3,6 vezes mais que a inflação: 32,44% ante 8,99%
Já o custo com acessórios e peças teve elevação um pouco menor em relação à inflação: 8,59% x 8,99%.
Os dados fazem parte do mais recente levantamento da NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos), que representa as empresas de ônibus urbanos e metropolitanos em todo o País, ao qual o Diário do Transporte teve acesso nesta quarta-feira, 08 de setembro de 2021.
Ainda de acordo com a entidade, o item combustível representa, em média, 24% dos custos do setor de transportes coletivos de passageiros.
Além das pressões inflacionárias geradas pela política da Petrobras em ter vinculação dos valores com o preço internacional do Petróleo, os custos de produtos brasileiros também impactaram na alta do diesel.
Na segunda-feira, 06 de setembro de 2021, o CNPE (Conselho Nacional de Política Energética), do Ministério de Minas e Energia (MME), determinou a redução de 13% para 10% da mistura de biodiesel no óleo diesel usado por ônibus, caminhões e utilitários.
Um dos motivos são as altas de preços da soja, que, segundo o MME, hoje representa a matéria-prima de todo o biodiesel usado no País.
No caso do transporte coletivo de passageiros, além de os custos com o combustível serem maiores, as receitas caíram.
Por causa da pandemia de covid-19, os sistemas de transportes urbanos e metropolitanos chegaram a registrar queda entre 40% e 80% no número de passageiros.
A quantidade de usuários tem aumentado com o avanço da vacinação, mas ainda não chegou aos patamares de antes da pandemia.
A maioria dos sistemas de ônibus brasileiros não possui subsídios aos custos de operação, ficando todo o financiamento do sistema a cargo dos passageiros pagantes.
Em diversas cidades, as tarifas estão congeladas há mais de dois anos.