Frotas substituem veículos movidos a combustíveis fósseis

Do Valor Econômico
Foto: Divulgação

Gradualmente, grandes empresas estão adicionando às suas frotas veículos menos poluentes, como os movidos a eletricidade e a biometano, um combustível que resulta da purificação do biogás, produzido a partir de resíduos orgânicos oriundos, por exemplo, de aterros sanitários. Em linha com o Acordo de Paris, tratado mundial que visa reduzir emissões de gases de efeito-estufa (GEE) e mitigar o aquecimento global, elas definiram suas metas de sustentabilidade, e a substituição de veículos que poluem a atmosfera por queimarem combustíveis de origem fóssil – como gasolina e diesel derivados de petróleo – é uma das frentes nessa estratégia.

“Temos consciência do aumento do nosso impacto ambiental e da responsabilidade de criarmos ações para mitigá-lo, e por isso estamos tomando medidas concretas”, diz Luis Perera, diretor de transportes do Mercado Envios no Brasil, serviço de fretes do Mercado Livre. Em 2020, a empresa de comércio eletrônico incorporou 51 carros elétricos à frota que atende o Estado de São Paulo. Em junho, oito carretas a biometano e gás natural veicular (GNV) começaram a circular no Sul e Sudeste.

Até o fim de 2021, o Mercado Livre terá 46 carretas a gás em operação no país, com capacidade para transportar mais de 230 mil encomendas por dia. Mas a expansão das rotas esbarra na escassa infraestrutura de abastecimento. “A grande maioria dos postos nas principais rodovias não oferece GNV e biometano ou ofertam de forma limitada”, diz o diretor.

A Nestlé Brasil destinou mais de R$ 15 milhões em investimentos para, até 2022, contar com 43 elétricos e 57 carretas movidas a GNV/biometano. O número não passa de 10% da frota atual, mas representa redução anual de 5,7 mil toneladas de dióxido de carbono (CO2), como calcula Marcelo Nascimento, vice-presidente de supply chain da Nestlé Brasil.

Atualmente, os 100% elétricos da Nestlé no país – vans com capacidade máxima de carga 700 kg, e caminhões com capacidade máxima de carga três toneladas – fazem entregas a partir do centro de distribuição em São Bernardo do Campo (SP) com destino à cidade de São Paulo. Já carretas movidas a GNV/biometano fazem entregas no Estado de São Paulo. A empresa está instalando pontos de carregamento para veículos elétricos em suas unidades. Quanto à disponibilidade de postos para GNV ou biometano, o grupo planeja apresentar planos de expansão para as cadeias de abastecimento.

O provedor logístico DHL Supply Chain iniciou em 2016 o uso de carros elétricos para distribuição urbana no Brasil. Começou no Rio de Janeiro e, nos últimos dois anos, avançou para São Paulo e outras cidades. Com frota de cerca de 5 mil veículos, entre próprios e agregados, a operação brasileira conta com 25 elétricos e a GNV, e negocia aquisição de mais 200 veículos. A empresa usa painéis solares para recargas de veículos elétricos e instalou pontos de recarga em oito das suas instalações. “Instalaremos outros à medida que a frota cresça em nossos demais centros de distribuição e filiais”, diz Fábio Miquelin, diretor sênior de transportes da DHL Supply Chain.

A Deutsche Post DHL Group, do qual a DHL Supply Chain faz parte, anunciou investimentos de € 7 bilhões nos próximos dez anos para reduzir globalmente suas emissões de dióxido de carbono. O plano prevê, entre outras medidas, eletrificação de até 60% da frota e uso de combustíveis alternativos.

Na Via, dona das marcas Casas Bahia e Ponto Frio, a inclusão de veículos elétricos integra meta de reduzir emissões de carbono até 2025. Segundo Daniel Ribeiro, diretor de transformação logística, a empresa realiza, em média, duas entregas por segundo, partir de mais de mil pontos de retirada de produtos em todo o Brasil. Recentemente, a Via adicionou dez veículos elétricos para entregas em São Paulo, e planeja dobrar o número em pouco tempo. “Nossa meta é de que, em cinco anos, a frota elétrica atenda toda a região de São Paulo e o Rio de Janeiro”, diz.

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