Micromobilidade cresce durante a pandemia

Do Moovit
Foto: Marcelo Casal Jr. (Agência Brasil)

Mesmo com todas as dificuldades da pandemia, mais gente usou bicicletas e patinetes compartilhadas no ano passado. É o que aponta o Relatório Global Moovit sobre Transporte Público 2020. Nas dez cidades brasileiras pesquisadas no levantamento, o uso diário de micromobilidade cresceu em todas, passando de 8% em 2019 para 15% em 2020 na média geral para o Brasil. O índice para quem usa até três vezes por semana também cresceu em todas as cidades, passando de 7% para 11% na média geral.

O Moovit, uma empresa Intel, líder de soluções de Mobilidade como um Serviço (MaaS) e criadora do app de mobilidade mais usado no mundo. Seu relatório global combina uma análise de big data de milhões de viagens com uma pesquisa qualitativa para traçar um panorama global sobre mobilidade.

Brasília é a cidade brasileira onde mais se usa micromobilidade diariamente: 21% dos respondentes usam bicicletas compartilhadas todos os dias. A capital federal lidera o ranking pelo segundo ano consecutivo. Campinas, com 17%, vem logo depois, seguida por Rio de Janeiro, com 14%. Na comparação com 2019, o uso diário dobrou em Belo Horizonte – de 8% para 16% – e em Salvador – de 6% para 12%.

Motivos para usar a micromobilidade: Entre os motivos para usar a micromobilidade, 35% responderam que fazem por ser em conta. Já 29% usam para ir aonde não conseguem chegar via transporte público. E 21% escolhem bicicletas e patinetes por serem sustentáveis. Já as razões para não usar a micromobilidade incluem falta de segurança (28%), poucas ciclovias ou vias exclusivas (27%) e má conservação das ruas (25%). Importante frisar que os respondentes podiam escolher mais de uma opção entre as respostas.

Em 2020, 30% das viagens com micromobilidade foram combinadas com transporte público. Um número que caiu em relação ao ano anterior, onde 37% combinaram micromobilidade com ônibus, metrôs e trens.

“Vemos isso como um reflexo da pandemia, já que houve uma rejeição ao transporte público. O que o relatório mostra é que a multimodalidade é cada vez mais importante para as pessoas circularem pelas cidades, e isto deve ser considerado pelo poder público e pelos operadores, nos planejamentos da mobilidade urbana do futuro, no pós-pandemia. O uso de dados de big data vai revolucionar as matrizes origem destino, trazendo novos insights”, comenta Pedro Palhares, gerente geral do Moovit no Brasil.

O estudo também mostra que muitas pessoas ainda não usam micromobilidade: 51% responderam que não utilizam, mesmo tendo acesso. “Eu vejo isso como um grande público em potencial. Em 2019, eram 60% que não usavam. O índice vem caindo à medida em que mais gente vai conhecendo a micromobilidade”, pontua Palhares.

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