Da Revista Technibus
Foto: Andreivny Ferreira (UNIBUS RN)
O mercado de ônibus, o mais afetado pela pandemia da Covid-19, registra em novembro a produção de 1.498 veículos, 0,59% a menos que em outubro deste ano (1.507 unidades). No acumulado de janeiro a novembro, as encarroçadoras montaram 15.090 veículos, retração de 26,79% sobre os 20.613 ônibus fabricados no mesmo período de 2019, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus (Fabus).
Se em dezembro as empresas produzirem por volta de 1.500 veículos o setor encerra o ano com 16.500 unidades, o que representará uma queda de 25% sobre 2019, quando foram fabricadas 22.197 carrocerias. A estimativa feita em julho por Rubens Antonio Bisi, presidente da Fabus, era de que o setor terminaria 2020 com 11 mil carrocerias fabricadas, o que representaria uma queda de 50% em relação ao ano anterior.
Do total de ônibus produzidos até novembro, a maior quantidade foi de modelos urbanos, com 7.922 unidades, que representaram 52,50% do total e uma queda de 33,07% sobre as 11.837 carrocerias feitas nos onze meses de 2019.
Os micro-ônibus somaram 3.284 unidades, 21,76% de tudo o que foi produzido pelas empresas, e redução de 6,82% sobre a quantidade fabricada de janeiro a novembro de 2019 (3.525 unidades). De modelos rodoviários, foram montados 2.849 veículos, que representaram 18,88% do total e retração de 35,58% sobre os 4.423 veículos fabricados nos onze meses de 2019, e de modelos intermunicipais foram 1.035 unidades, 25% a mais que em 2019 (828 unidades) e uma representatividade de 6,86% em todo o setor, segundo a Fabus.
A Marcopolo manteve a liderança no ranking das encarroçadoras, com 6.375 ônibus produzidos de janeiro a novembro – 3.489 unidades na fábrica de Caxias do Sul (RS) e 2.886 unidades na fábrica de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, (a Marcopolo Rio). Este número representou uma retração de 22,52% na comparação aos 11 meses de 2019, quando foram montados 8.229 ônibus.
A Caio Induscar, segunda colocada no mercado, produziu 3.330 ônibus de janeiro a novembro, mantendo a maior queda do setor (53,58%), quando comparado aos 7.175 veículos fabricados no mesmo período de 2019. A Mascarello, terceira no ranking, fez 1.933 carrocerias, 5,82% a mais que no mesmo período de 2019, quando fabricou 1.827 veículos.
Na sequência, estão posicionadas a Neobus, que montou 1.484 ônibus até novembro, 13,57% a menos que janeiro a novembro de 2019 (1.717); a Comil, que fabricou 1.158 veículos, 2,7% a mais que nos 11 meses de 2019 (1.128); a Carbuss, que fez 458 ônibus rodoviários da marca Busscar, e a Irizar que concluiu a montagem de 352 carrocerias, 34,4% abaixo dos onze meses de 2019 (537 unidades).
Exportação: Nas exportações das encarroçadoras mantiveram o fraco desempenho e acumularam, de janeiro a novembro, o embarque de 2.757 ônibus, queda de 29,8% na comparação com o mesmo período de 2019, quando foram comercializados 3.928 veículos no exterior.
A Marcopolo exportou 1.531 ônibus de janeiro a novembro de 2020, redução de em 24,43% em comparação com o mesmo período de 2019, quando vendeu no exterior 2.027 veículos, e a Caio Induscar embarcou 646 veículos, 0,9% a menos que nos 11 meses de 2019 (652 unidades).
A Irizar reduziu o seu embarque em 33,8% até novembro, de 513 para 339 unidades, e a Comil em 42,5%, de 269 para 154 unidades.
A Mascarello comercializou no mercado externo 43 ônibus de janeiro a novembro de 2020, queda de 88,6% sobre o mesmo período de 2019, quando suas vendas externas atingiram 384 unidades. A Carbuss exportou 44 ônibus rodoviários da marca Busscar nos 11 meses de 2020, com o embarque de um veículo em março, dois em abril e 22 em outubro e 19 em novembro.
A Neobus, que de janeiro a novembro de 2019 exportou 83 ônibus, não realizou vendas externas este ano. Segundo a empresa, depois de ser incorporada pela Marcopolo a marca manteve o seu foco na produção de modelos urbanos leves e escolares e parou de produzir ônibus rodoviários, que eram os modelos mais exportados.
A empresa informa ainda que, em 2020, passou a concentrar o seu foco em licitações e em modelos urbanos para o mercado brasileiro, e as exportações ficaram com as marcas Marcopolo e Volare.