Como foi o embarque de 155 ônibus da Marcopolo e Caio para a África pelo Porto de Paranaguá (PR)

Do Diário do Transporte
Fotos: Divulgação

O Porto Paranaguá, no Paraná, embarcou nesta sexta-feira, 13 de novembro de 2020, 155 ônibus urbanos para os portos de Boma, no Congo, e Luanda, em Angola.

Segundo nota do governo do Estado é o maior envio de ônibus de uma só vez que ocorreu até agora na história do porto paranaense.

Compuseram este embarque de 155 veículos, 31 ônibus de carroceria Caio (modelo Apache Vip IV, chassi Volkswagen) e 14 ônibus de carroceira Marcopolo (modelo Torino, chassi Volkswagen) que estão indo para Luanda. Para o Congo, foram remetidos 110 ônibus Marcopolo Torino com chassi Volvo.

A previsão é que o navio com estes ônibus chegue em 13 dias aos destinos.

A embarcação, segundo ainda o governo paranaense, foi fabricada justamente para transportar ônibus, caminhões, carros, tratores, escavadeiras, carros metroferroviários e locomotivas de trens.

Trata-se do navio Maestro Universe que mede 160 metros de comprimento e 22 metros de largura. É um navio Ro-ro.

Inicialmente, pode parecer pequeno para 155 ônibus, sendo que cada coletivo básico mede entre 10 metros e 13,2 metros de comprimento e entre 2,5 metros e 2,6 metros de largura.

Mas o “segredo” deste tipo de navio é a altura dos quatro decks que dispõe para esse transporte.

As fotos em ângulos fechados podem dar até a impressão de que os ônibus estão em uma garagem vertical. E é quase isso, mas com todo o cuidado necessário para um espaço que se movimenta.

Entretanto, esse cuidado começa antes mesmo do embarque.

Aí que entra uma operação logística detalhada que envolve um grande contingente de profissionais.

Até a posição e o enfileiramento dos ônibus no porto ainda devem ser pensados minunciosamente já com vistas a facilitar o desembarque nos destinos.

O tempo é precioso e o aumento do período de operação também significa mais custos.

Os ônibus entram em lotes no navio e parece que estão fazendo linhas, já que possuem um trajeto específico a cumprir entre o porto e a embarcação.

Mas não basta apenas estacionar os ônibus dentro do navio.

Os veículos devem ser posicionados bem próximos uns dos outros para poupar espaço.

Itens de maior contato, como para-choques e retrovisores recebem proteções.

Os ônibus então são presos com grandes e fortes correntes a apoios no piso de cada um dos andares do navio que pode passar por intempéries e mar revolto, causando movimentação da carga.

Os coletivos são abastecidos previamente, mas com uma quantidade de diesel suficiente para as transferências e operações de embarque e desembarque e também de uma maneira que não aumente substancialmente o peso a se transportado.

Paralelamente a tudo isso, toda a documentação e os trâmites aduaneiros recebem a última checagem, assim como os itens de segurança.

Em nota, o diretor de operações da empresa Portos do Paraná, Luiz Teixeira da Silva Júnior, disse que Paranaguá desenvolveu uma estrutura indicada para o envio ao exterior de grandes lotes de veículos.

“Oferecemos, também, aos usuários uma infraestrutura marítima segura, com manutenções permanentes dos canais de acesso, dos berços e regras claras de programação, atracação e operação”

Isso permite, ainda segundo Teixeira , índices quase zero de avarias nos veículos embarcados.

“Somado a esses fatores, também temos a qualidade de mão de obra, responsabilidade do operador portuário, que permite, além da agilidade no embarque, índices quase zero de avarias”, explicou.

Todo este processo dura de cinco a seis horas para ser realizado, um tempo pequeno diante da quantidade e tamanho da carga.

ENVIO DE ÔNIBUS:

Somente neste ano, foram enviados ao exterior pelo Porto de Paranaguá, 543 ônibus para os portos de Acajutla, Boma, Callao, Jebel Ali, Manzanillo, Limon, Santo Domingo, Tema, Veracruz, Zarate, Santo Tomas e Luanda, já contando com este lote de 155 veículos.

O grande embarque anterior foi noticiado pelo Diário do Transporte em 15 de outubro de 2020. Foi uma remessa de 110 coletivos Marcopolo/Volvo para a República Democrática do Congo, na África, que fazem parte de um lote total de 440 veículos.

No mês de mês de julho já tinham sido embarcados 130 ônibus no navio Ulusoy 5, com destino a Luanda, Angola.

Já em 2019, foram exportados 588 ônibus. Os destinos foram os portos de Acajutla, Benin, Camarões, Caucedo, Djbouti, Douala, Ghana, Hamad, Luanda, Manzanillo, Limon, Quetzal, Santo Domingo, Santo Tomas e Tema.

QUEM FAZ A OPERAÇÃO:

Se engana quem pensa que a exportação é operada pela própria Caio, Marcopolo, Volvo ou Volkswagen. E nem pelo porto.

Existem empresas especializadas neste tipo de embarque.

No caso destes 155 ônibus, a operadora da carga é a empresa Marcon, que atua desde 1964 no Porto de Paranaguá. A empresa realiza movimentação de veículos para importação e exportação desde o início da estruturação desta modalidade operacional.

Segundo a operadora, na nota, os trabalhos “são reconhecidos pelas indústrias automotivas e pelos armadores que fazem o transporte marítimo de veículos pelos indicadores de produtividade (veículos carregados/descarregados por hora) e pelo baixo índice de avarias, sendo hoje uma referência entre os portos nacionais e internacionais”.

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