Marcopolo tem prejuízo de R$ 54,3 milhões no 3º trimestre

Do Valor Econômico
Foto: Diego Henrique Silva Nascimento/Ônibus Brasil/Ilustração

A fabricante brasileira de carrocerias e ônibus Marcopolo registrou prejuízo atribuível aos seus acionistas de R$ 54,3 milhões no terceiro trimestre, contra um lucro de R$ 22,3 milhões registrado em igual período do ano passado. É o primeiro prejuízo trimestral da companhia desde o quarto trimestre de 2016.

A receita líquida também caiu 22,6% no período, para R$ 836,5 milhões, ante um montante de R$ 1,08 bilhão reportado em 2019. Por operação, as receitas no trimestre caíram 22% no Brasil, para R$ 480,4 milhões, e 41% no exterior, para R$ 164 milhões. A receita com exportação cresceu 1,9%, para R$ 192 milhões.

O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda na sigla em inglês) ficou negativo em R$ 23,8 milhões, com margem negativa de 2,8%, ante R$ 60,2 milhões positivos registrados no ano passado, e uma margem também positiva de 5,6%.

A margem bruta aumentou de 13,5% para 16,3%, beneficiada pelo efeito positivo do câmbio nas exportações, pela melhor eficiência das operações e pelo processo de otimização de fábricas no Brasil.

Por outro lado, as despesas operacionais cresceram 75%, para R$ 186 milhões. Segundo a companhia, os custos associados às rescisões trabalhistas e os resultados de equivalência patrimonial das operações localizadas no exterior, afetadas pela pandemia de covid-19, explicam os números negativos.

“A companhia contabilizou nesta rubrica despesas no montante de R$ 37,2 milhões, relacionadas aos ajustes de pessoal realizados no trimestre. No terceiro trimestre, a companhia realizou reorganização interna, com desligamentos na mão-de-obra direta, necessária para a correção das despesas ao atual patamar de receita. Adicionalmente, foram também registradas despesas de R$ 6,6 milhões oriundas de provisões trabalhistas”, comentou a companhia em seu relatório de resultados.

No trimestre, a subsidiária NFI Group Inc. registrou um prejuízo de R$ 43,8 milhões, com os resultados da empresa sendo afetados pelos desdobramentos da pandemia na América do Norte. A coligada indiana TMML reportou prejuízo de R$ 8,1 milhões, na esteira de menores volumes em função da pandemia e paralisação de suas atividades durante a maioria do trimestre.

A companhia informou ainda que no mercado interno, a procura por novos ônibus segue sendo impactada nos setores de turismo, linhas rodoviárias interestaduais e internacionais, de transporte escolar e transporte público urbano. “Esses mercados, porém, ensaiam pequenos movimentos de recuperação, indicando que o pior já passou”, afirmou a empresa.

A desaceleração da produção afetou também o custo de ociosidade da empresa, que foi de R$ 12,8 milhões no trimestre e já chega a R$ 40,8 milhões no ano.

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