Bancos sinalizam interesse na eletrificação da frota de ônibus da capital paulista

Bancos e agentes financeiros têm demonstrado interesse na renovação da frota paulistana. A informação é da organização C40 Cities, que conecta 94 das maiores cidades do mundo para que adotem ações climáticas ousadas, ” abrindo caminho para um futuro mais saudável e sustentável “.
São Paulo tem atualmente um projeto piloto na Transwolff com 15 ônibus a bateria fabricados pela BYD. Os veículos começam a operar em poucos dias.
Ilan Cuperstein, vice-diretor regional para a América Latina da C40, afirma que a eletrificação do transporte público está levando ao surgimento de novos modelos de negócio em todo o mundo. Ele afirma que ” São Paulo certamente não será exceção “.
A Prefeitura da capital fechou uma parceria com a C40 e o ICCT – Conselho Internacional de Transporte Limpo no dia 08 de outubro deste ano. O objetivo é acelerar a transição para ônibus com zero emissões de poluentes e gases de efeito estufa.
Além do acordo de cooperação técnica com as organizações internacionais, São Paulo é uma das cidades apoiadas pelo projeto ZEBRA de aceleração da transição para ônibus zero emissões na América Latina.
O projeto, liderado pela C40 e pelo ICCT, busca garantir o compromisso das cidades, da indústria e das entidades financeiras para implantação de tecnologias limpas de transporte, desenvolvendo para isso atividades que favoreçam a troca de informações e interlocução.
Ilan Cuperstein garante que novos formatos de financiamento e a redefinição dos serviços oferecidos por fabricantes e encarroçadores está alterando a maneira como os operadores gerenciam seu negócio.  ” De donos de frotas, responsáveis por sua compra, manutenção e posterior venda, eles tendem a se tornar operadores do serviço do transporte, focados na sua qualidade, e repassando as demais tarefas para terceiros “, explica.
O representante da C40 ressalta que antes as empresas operadoras de ônibus de São Paulo tinham que prover todos os recursos para a aquisição e operação dos veículos. Ele alega que isso mudou. Hoje existem novos modelos que facilitam a entrada dos veículos elétricos na frota paulistana.
Isso será possível, por exemplo, caso um fundo de investimento privado se responsabilize pela compra do veículo e ofereça ao operador por meio de um contrato de aluguel ou leasing.
Outra forma seria as empresas operadoras se responsabilizarem pela compra do ” esqueleto do veículo ” (chassis e carroceria), enquanto outro parceiro privado provê a bateria, que pode custar até quase 50% do valor total do veículo.
Segundo comunicado da C40, ” estes novos modelos diminuem substancialmente a necessidade de capital inicial do operador privado, que usualmente tem dificuldade de contrair crédito. Ao mesmo tempo, estes negócios se beneficiam das economias operacionais de ônibus a bateria “.
Como mostrou o Diário do Transporte , São Paulo tem atualmente um projeto piloto com 15 ônibus a bateria fabricados pela BYD. Os veículos 100% elétricos já estão na garagem da empresa Transwolff, na zona Sul da capital paulista. Relembre: Transwolff já está com os 15 ônibus elétricos da BYD
Desses veículos, 12 unidades têm carroceria Caio modelo Millennium IV, e outros 03 são Marcopolo Torino LE. Os veículos estão recebendo os últimos ajustes de configuração para o sistema de São Paulo, como a implantação de validadores e adesivos, e devem começar a operar ainda neste mês de novembro.
A nova concessão do transporte público da capital, cujos contratos foram assinados no último dia 6 de setembro, prevê a total renovação da frota de 14 mil veículos nos próximos 15 anos.
A organização C40 acredita que pelo menos seis mil novos ônibus estejam circulando na capital paulista até o final do próximo ano, ” em um dos mais ambiciosos projetos de corte de emissões do transporte público no mundo “.
Diário do Transporte

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