O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, disse na última quinta-feira que o governo prevê contratar, por meio do programa de concessões, R$ 100 bilhões de investimentos em rodovias para próximos 30 anos.
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“Com esse anúncio pífio, o governo frustra a todos nós, transportadores e sociedade em geral. Sem fortes investimentos em infraestrutura de transporte, o Brasil não cresce”, avalia o presidente da CNT – Confederação Nacional do Transporte, Clésio Andrade.
O cálculo do ministro corresponde a um investimento privado anual médio de cerca de R$ 3,3 bilhões por meio de concessões. É metade do que foi investido pelas concessionárias em 2017 (R$ 6,7 bilhões) ou por meio do orçamento público em 2018 (R$ 7,4 bilhões). Está muito longe da necessidade do país.
Segundo Clésio Andrade, só para fazer as obras mais urgentes, como reconstrução, restauração e readequação das vias desgastas são necessários R$ 48 bilhões em investimentos imediatos.
A Pesquisa CNT de Rodovias 2018 atesta que 57% das rodovias pavimentadas brasileiras estão em más condições, classificadas como regulares, ruins ou péssimas. Vale ressaltar que apenas 12% da malha rodoviária do país é pavimentada.
A Confederação calcula que, para recuperar e tirar o setor rodoviário de um atraso de mais de 40 anos, é necessário investir R$ 496,12 bilhões em 981 projetos de infraestrutura rodoviária de integração nacional.
Quando se trata de infraestrutura de transporte em todos os modais (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos e aeroportos) a necessidade de investimentos chega a R$ 1,7 trilhão, de acordo com levantamento da CNT.
“O governo sozinho não tem condição de fazer frente a esse volume de investimentos. Por isso, é importante conhecer as reais necessidades e abrir o setor para a participação maciça da iniciativa privada”, ressalta o presidente da CNT, Clésio Andrade.
Agência CNT de Notícias