Ilustração/UNIBUS RN |
O Brasil poderá reduzir em até 132 milhões de toneladas suas emissões de gás carbônico (CO2) nos próximos 12 anos se investir em transporte público, especialmente em medidas de priorização do ônibus urbano. Isso contribuiria para o alcance dos compromissos assumidos pelo Brasil no contexto do Acordo de Paris, de redução em 43% das emissões de gases de efeito estufa (GEE) até 2030. A conclusão é de estudo elaborado pela Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), entregue recentemente ao governo federal.
No levantamento, intitulado “Redução de GEE utilizando o transporte público por ônibus como instrumento de transformação”, a Associação calcula que a redução das emissões de CO2 pode ser alcançada mediante o investimento de R$ 9 bilhões para implantação de 10 mil quilômetros de priorização viária para ônibus em 111 cidades brasileiras com população superior a 250 mil habitantes.
Elaborado pela área técnica da NTU, a pedido do Ministério do Meio Ambiente (MMA), a proposta servirá de referência para futuras ações conjuntas na área ambiental. O estudo foca nos benefícios da implementação da proposta de qualificação da infraestrutura para o transporte público por ônibus, que consta de documento elaborado pela NTU com propostas para os presidenciáveis.
Como evidências do sucesso do transporte público como instrumento de transformação, o estudo menciona ganhos de eficiência significativos registrados no Rio de Janeiro, com o grupo de faixas exclusivas, responsáveis pela redução 14,3 mil toneladas de CO2 por ano. Em São Paulo, o levantamento cita o estudo do Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA), de 2017, que registra redução de CO2 com a implantação de 256 km de faixas exclusivas na cidade, entre setembro de 2012 e setembro de 2014, e traz outras referências.
Metas brasileiras
O Brasil estabeleceu como principal meta no Acordo de Paris a redução das emissões de gases de efeito estufa em 37% até 2025 e 43% até 2030, considerando como referência as emissões de 2005.
Segundo o estudo da NTU, a priorização viária do transporte público (sistemas BRT, corredores e faixas exclusivas) aumenta a velocidade e reduz o tempo de viagem dos ônibus, contribuindo para a transferência dos modos individuais (automóvel e motocicletas) para o coletivo (ônibus). Isso torna as viagens motorizadas nos centros urbanos brasileiros mais sustentáveis e eficientes, porque o ônibus é energeticamente mais eficiente do que os outros modos motorizados, ou seja, o ônibus emite menos poluentes por passageiro transportado do que os automóveis e as motos.
NTU