Cristianismo, judaísmo, candomblé e budismo: correntes religiosas se juntam contra BRT de Salvador

O BRT de Salvador segue sofrendo resistências de movimentos e entidades da sociedade civil de Salvador.
Neste sábado, dia 7 de julho de 2018, o “Movimento Não ao BRT” fez um ato inter-religioso no canteiro central da Avenida Juracy Magalhães Júnior. Adeptos de várias religiões, como cristianismo, judaísmo, candomblé, budismo, se uniram para protestar contra o projeto da prefeitura. Um dos motivos do protesto é a remoção de 163 árvores que a prefeitura pretende realizar até a conclusão da obra.

No dia 12 de junho de 2018 o Ministério Público Federal na Bahia (MPF/BA) e o Ministério Público do Estado da Bahia (MP/BA) deram entrada a uma ação civil conjunta que requer em caráter liminar a suspensão imediata das obras do corredor de ônibus na capital baiana.
A ação é assinada pelos procuradores da República Bartira de Araújo Góes e Leandro Bastos Nunes e pelos promotores de Justiça Heron José de Santana Gordilho e Patrícia Kathy Azevêdo Medrado Alves Mendes.
A ação, movida contra a União, a Caixa Econômica Federal, o Município de Salvador, o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) e o Consórcio BRT Salvador, requer ainda a declaração de nulidade do contrato firmado entre a Prefeitura da capital baiana e o Consórcio responsável pela obra (BRT/Salvador).
Em resumo, a ação movida pelos promotores pede, em caráter liminar, que as obras sejam suspensas. Além disso, requer que a União e a Caixa Econômica Federal se abstenham de fazer novos repasses à prefeitura da capital baiana.
A ação pede ainda que a Justiça determine à Prefeitura que ela pare de emitir quaisquer novas licenças ou solicitar outorgas de uso do corpo hídrico para intervenções ou tamponamento dos rios abrangidos pela obra do BRT.
Além disso, pede a suspensão imediata de todos os efeitos do certificado de inexigibilidade de outorga emitido pelo Inema. Segundo a ação, o instituto deverá se abster de fornecer qualquer nova outorga ou dispensa de outorga para macrodrenagem ou tamponamento dos rios Lucaia e Camarajipe para o BRT, sob pena de multa diária no valor de R$ 100 mil.
A Justiça ainda não julgou o pedido.
OBRAS DO BRT – UM HISTÓRICO RECENTE DE POLÊMICAS
Sob intensa polêmica, a implantação do BRT de Salvador será tema de audiência pública nesta quinta-feira, dia 14 de junho. Promovida pela Ouvidoria da Câmara Municipal de Salvador (CMS), a reunião estava marcada para acontecer na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – Apae (Rua Rio Grande do Sul, 545, Pituba), às 8h. O objetivo: apresentar a proposta do novo modelo de transporte e esclarecer dúvidas da população.
Desde o início das obras, no dia 29 de março de 2018, grupos de manifestantes têm organizado protestos, se posicionando contra a derrubada de árvores para a instalação do corredor do BRT. Artistas e intelectuais têm se manifestado sobre a obra, questionando não apenas o projeto sob o aspecto ambiental, como paisagístico.
Além disso, entidades de arquitetos e urbanistas têm feito críticas ao BRT, afirmando que o sistema estaria ultrapassado, e não seria eficaz na integração com a cidade.
Diário do Transporte

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