‘Uber chinês’ confirma aquisição da startup brasileira 99

Foto: Helene Santos
O aplicativo de transporte chinês Didi Chuxing confirmou, na tarde desta quarta-feira, 3, a aquisição da startup brasileira 99. A companhia afirmou que a operação aconteceu por meio da compra de ações da 99, mas não revelou o valor total da operação. Segundo o comunicado, a aquisição é fruto da parceria entre as duas empresas, que começou com o aporte de US$ 100 milhões da Didi na 99 em janeiro de 2017. Segundo apurou o jornal Estado, a empresa chinesa detinha uma participação de cerca de 45% na startup brasileira antes da aquisição.

“As equipes Didi e 99 trabalham em profunda parceria. Esse novo nível de integração trará para a região um serviço de mobilidade ainda mais acessível”, afirmou, por meio de nota, o fundador da Didi, Cheng Wei. “A globalização é uma prioridade estratégica para a Didi.” Fundada em 2012, a Didi Chuxing se estabeleceu no mercado asiático após uma série de consolidações, em negociações que envolveram até a compra, por US$ 7 bilhões, do negócio local do Uber na China, em agosto de 2016. Paralelamente a isso, conquistou investidores do porte da Apple e dos japoneses da SoftBank.
Segundo fontes próximas às negociações, a empresa já comunicou aos funcionários que Peter Fernandez seguirá como presidente executivo da 99, após a aquisição. Ainda não está claro, porém, qual será o papel dos cofundadores da 99 no negócio a partir de agora — o cofundador Paulo Veras era, até o momento, o presidente do conselho do aplicativo de transporte, enquanto Renato Freitas e Ariel Lambrecht não tinham atuação ativa na companhia.
Também em nota, Fernandez ressaltou os benefícios da aquisição para ambas as empresas. “Estamos confiantes de que fazer parte da Didi Chuxing aumentará enormemente a nossa capacidade de expandir nossos serviços”, disse. “Teremos mais força para melhorar a vida de usuários, motoristas e das cidades.”
Expansão. Com a compra da 99, a Didi acelera seus planos de expansão na América Latina. A companhia chegou a fazer planos de lançar uma versão de seu aplicativo no México no primeiro trimestre de 2018, o primeiro país em que atuaria fora da China — a Cidade do México é o terceiro maior mercado do rival Uber na América Latina, atrás de São Paulo e Rio de Janeiro, considerando o número de viagens. Contudo, a gigante chinesa mudou de planos após a evolução de seu relacionamento com a 99.
Segundo fontes próximas às empresas, o intercâmbio de desenvolvedores entre a brasileira e a chinesa é intenso desde o ano passado. Eles trocam melhores práticas e também tecnologias: a 99, por exemplo, já afirmou que pretendia incorporar alguns dos algoritmos do aplicativo da Didi em seu aplicativo oferecido no País. Com a aquisição, a Didi deve direcionar os investimentos previstos no lançamento de seu app na América Latina para a 99, que já possui uma marca reconhecida no Brasil, hoje o maior mercado de caronas na região.
Estadão

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