Internacional: Como Buenos Aires está renovando sua mobilidade urbana

Foto: Eva Furtado
A equipe da startup Scipopulis, dedicada à mobilidade urbana e cidades inteligentes, esteve semana passada na Argentina para um evento técnico da UITP que incluiu visitas por Buenos Aires, além da troca de experiências e palestras em outras cidades. Neste texto, um breve relato do giro pela capital argentina, uma cidade que tem se destacado nos anos recentes por realizar um projeto de renovação urbanística e na mobilidade urbana. 

“No dia 4 de outubro, visitamos a Prefeitura de Buenos Aires, que de cara já nos surpreendeu por parecer mais uma startup do que um órgão público. Essa gestão não só incorporou um modelo mais dinâmico no seu design de interiores, mas também nos procedimentos internos. Os dois principais projetos dessa nova fase são a transformação do centro da cidade em ‘peatonal’ e a instalação dos BRTs (Bus Rapid Transit) em algumas das principais avenidas.
No centro da cidade, o objetivo é reservar as ruas apenas para pedestres. Então algumas vias tiveram seu trânsito reduzido, algumas foram fechadas completamente para carros e algumas vias estruturais foram deixadas abertas para dar acesso por transporte público. Como a cidade antiga, o centro de Buenos Aires vai voltar a ser cheio de alamedas.
A prefeitura também nos apresentou o Metrobus, sistema de BRTs de Buenos Aires. Com corredores exclusivos, áreas de ultrapassagem, redução do número de pontos de ônibus (antes era a cada 100 m, hoje é a cada 600 m), eles conseguiram aumentar a velocidade dos ônibus em até 45%.
Mas o mais interessante desse projeto é como eles conseguiram envolver esforços prévios de conscientização junto à população, implantando tudo de forma gradativa para que as pessoas entendessem os benefícios das mudanças.
No mesmo dia também visitamos a Fatap (Federação de Transporte de Passageiros por Automotores). Lá nós entendemos um pouco mais do sistema de cálculo de passagem dos ônibus de Buenos Aires. Eles utilizam o GPS do validador para contar os quilômetros percorridos, para então repassar o recurso de subsídio para as empresas de ônibus.
Isso faz com que tenham uma tarifa altamente subsidiada, chegando a um valor inferior a 50 centavos de dólar (o recorrente no mundo é ser cobrado por volta de 1 dólar). Como há subsídio para combustível, a contagem de quilômetros percorridos é importante para o repasse desse subsídio.”
*Participaram da visita: Renata Veríssimo (EMTU), Olívia Aroucha e Fernando Caires (SPTRANS), equipe da UITP América Latina (Jurandir Fernandes, Eleonora Pazos, Bruna Santos e Fabiana Morelli) e a secretária de mobilidade urbana de Natal (Elequicina Santos).
Mobilize

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