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Na cidade de São Paulo, 68% dos carros circulam com apenas uma pessoa dentro, de acordo com pesquisa da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Essa movimentação acaba sendo responsável por 60% da poluição, segundo informou a GloboNews.
Uma das tarefas do secretário municipal de Transportes, Sergio Avelleda, é pensar em maneiras de estimular as pessoas a trocarem o carro pelo transporte público. Ele utiliza uma bicicleta dobrável para se locomover na capital paulista. No Dia Mundial do Meio-Ambiente, comemorado nesta segunda, Avelleda falou sobre o impacto de ter carros circulando apenas com o motorista.
“É muito ruim. O carro é uma fonte poluidora importante nas cidades. Entre os transportes, o carro responde por mais de 60% da poluição na cidade de São Paulo”, afirma. “É possível viver sem automóvel. Faz dois anos que vendi o meu e não senti falta em nenhum dia. Uso muito bicicleta e transporte público, e quando preciso de carro, uso táxi, aplicativo ou aluguel. Ou seja, eu não preciso ter carro. E é uma economia de dinheiro brutal, salva o orçamento da gente”, disse Avelleda.
O assunto, no entanto, gera divergências. “Não trocaria o carro por transporte público. Bicicleta até vai, mas transporte público não dá. Não tem conforto, parece uma lata de sardinha. Não tem uma estrutura que comporte toda a população”, opina o analista comercial Bruno Ford.
Questionado sobre o argumento utilizado pelos motoristas sobre a falta de qualidade do transporte público, o secretário Sergio Avelleda diz que, apesar do desconforto, a velocidade compensa.
“O transporte público nunca vai ser tão confortável quanto o carro porque você compartilha o espaço e o itinerário, mas em geral ele oferecer uma velocidade mais alta que o carro”, destaca Avelleda. “Eu não digo que as pessoas devem abrir mão completamente do carro, mas poderiam deixá-lo perto de uma estação de Metrô, por exemplo”, continua.
Para inspirar as pessoas sobre o uso consciente do carro, o secretário diz apostar em um conjunto de ações, com investimento em comunicação, melhoria da qualidade dos veículos e de engenharia de tráfego, com a disponibilização de faixas mais rápidas para ônibus. Ele disse, ainda, que a Prefeitura está desenvolvendo políticas públicas para reduzir o impacto da poluição ambiental promovido pelos transportes.
“Na nova licitação dos ônibus, nós vamos começar a exigir redução do nível de emissões para que as empresas incorporem tecnologias de motor. Nós também estudamos a possibilidade de implantar faixas para carros com mais de duas pessoas embarcadas”, adianta. “Também estamos criando um aplicativo interno, da Secretaria, para fazer o match de carona entre os funcionários”, completa.
Fonte: G1 SP