STTU descobre esquema de obtenção ilegal de carteiras de estudante

A Secretaria de Mobilidade Urbana (STTU) descobriu um esquema de obtenção ilegal de carteiras de estudante, operado de dentro de uma instituição privada de ensino técnico em Natal. Sessenta pessoas com a identificação estudantil irregular foram identificadas e tiveram o documento bloqueado. O crime foi relatado à Polícia Civil, que agora procura pela pessoa responsável por vender as carteirinhas.

De acordo com o secretário adjunto da STTU, Clodoaldo Cabral, os documentos eram vendidos ao preço de R$ 60. A STTU descobriu o esquema através de um grupo de WhatsApp. “O homem que vendia as carteira divulgava em grupos do aplicativo o serviço ilícito, tentando conseguir novos interessados”, esclarece Clodoaldo Cabral. O suspeito, até o momento, foi identificado apenas pelo nome de Marcos Vinícius.
De acordo com secretário adjunto da pasta de Mobilidade Urbana, o crime aconteceu a partir de uma falha no sistema da STTU. Clodoaldo explica que a Secretaria dispõe de um sistema computaional em que são cadastrados todos os estudantes, das diferentes instituições credenciadas a oferecer a identidade estudantil.
“Cada diretor das instituições de ensino tem uma senha para entrar no sistema e colocar os alunos que lá estudam”, acrescenta o adjunto.
 Contudo, ele conta, aconteceu um problema no sistema operacional que permitiu que a senha de uma dessas instituições permitisse o acesso como administrador. Essa função é permitida somente aos membros da STTU, que operam o sistema.
“Deste modo, a pessoa que acessasse com essa senha tinha como acrescentar alunos em qualquer instituição cadastrada. Foi o que ocorreu. Ele cobrava os valores e cadastrava as pessoas, que não eram estudantes, em diferentes escolas e universidades”, detalha.
Pagando a quantia pré-determinada pelo operador do esquema, as pessoas interessadas em fraudar o sistema de meia entrada em eventos e meia tarifa nos ônibus tinham o nome cadastrado como sendo estudantes.
Após isso, o cliente fraudador pagava mais R$ 25, no ato do recebimento da identidade estudantil. “Que é o valor da carteira, então ele ficava com R$ 60”, complementa Clodoaldo. Neste sentido, o operador do esquema lucrou, pelo menos R$ 3.600 com a venda ilegal.
Depois de descobrir a fraude, por conta de uma denúncia, a STTU conseguiu identificar onde estava a falha no sistema. “Nós bloqueamos a senha da escola de ensino técnico de onde partiu a falha”, afirma o secretário adjunto.
A partir daí, os representantes da Secretaria de Mobilidade Urbana foram até a Central de Flagrantes registrar queixa do ilícito. Foram identificadas, inicialmente, 60 pessoas beneficiadas com o crime. “É possível que haja mais”. Segundo o secretário adjunto, todas essas 60 carteiras já foram bloqueadas.
Ontem, a Secretaria de Mobilidade Urbana ainda ia conversar com os responsáveis pelo centro de ensino, para saber o que houve e tentar identificar o responsável pelas fraudes.
Clodoaldo Cabral destaca que o esquema fraudulento acaba prejudicando o próprio usuário do transporte público. “O valor perdido pelas empresas vai acabar refletindo na passagem”, disse.
O secretário adjunto da STTU, Clodoaldo Cabral, conta que em outra oportunidade o sistema de fornecimento de carteirinhas de estudante foi burlado. Aconteceu no ano passado.
Desta vez aconteceu em uma instituição de ensino pública, a Escola Estadual Maria Queiroz, localizada no bairro de Felipe Camarão, zona Oeste de Natal. Cabral revela que um próprio servidor da escola foi o responsável por burlar o sistema. O homem cadastrava os estudantes na lista de alunos da própria escola estadual, como se cursassem o ano letivo regularmente. Nesta situação, foi apurado que o servidor cobrava R$ 50 pelo registro falso.
O crime foi descoberto e a emissão interrompida, segundo Clodoaldo Cabral. A Secretaria relata dificuldade em fiscalizar essas operações de cadastro de estudantes, visto que as senhas são entregues a pessoas de confiança das instituições, que não devem compactuar com essas práticas ilícitas.

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