A área de Mobilidade urbana, apontada como a que receberia os principais legados da Copa do Mundo, ainda tem 10 dos 45 projetos mantidos na matriz de responsabilidades, a serem concluídos. O levantamento foi feito pela Associação Nacional das Empresas de transporte público (NTU), que usou os dados e previsões de entrega do Ministério dos Esportes.
“O que importa é que esses projetos ainda serão entregues. O balanço que fazemos é que a Copa foi positiva para a mobilidade urbana, mesmo que alguns projetos inicialmente incluídos na matriz de responsabilidades tenham sido cancelados. Outros foram incluídos no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e ainda serão realizados”, disse o diretor institucional da NTU, Marcos Bicalho.
Pelo levantamento da NTU, Fortaleza foi a sede com mais projetos de mobilidade que ficaram para depois da realização do Mundial. Dos seis projetos da capital cearense, nenhum foi concluído integralmente antes da Final. Entretanto, o chamado legado da Copa na área de mobilidade da cidade será maior, por exemplo, do que o de São Paulo, que só tem um projeto na lista: as obras viárias no entorno do Pólo de Desenvolvimento da Zona Leste, concluídas em abril. Fortaleza terá como herança três BRTs (dois deles a serem concluídos até o fim do ano e outro com previsão para junho de 2015), um VLT (com previsão para agosto), duas estações de metrô (até o fim deste ano) e o Eixo Via Expressa/Raul Barbosa, com conclusão prevista para o fim do ano que vem.
Já Recife, dos sete projetos incluídos na matriz, três não foram concluídos totalmente: dois BRTs (trecho Igarassu do Centro do Norte-Sul e o ramal Cidade da Copa do Leste-Oeste) e um corredor de ônibus convencional (Caxangá). Os BRTs devem ficar prontos ainda neste ano e o corredor, só em 2016.
Em Curitiba, das dez obras de mobilidade, só uma não terminou a tempo: o Sistema Integrado de Monitoramento da Região Metropolitana. Belo Horizonte teve os sete empreendimentos de mobilidade entregues, segundo a NTU, apesar de alguns viadutos para evitar cruzamentos no BRT não terem ficado prontos, inclusive o que caiu durante a Copa e matou duas pessoas.
Brasília teve projetos, como VLT e BRT, excluídos da matriz, mas o único mantido na lista, a ampliação da DF-047, foi entregue. De acordo com o levantamento, além de São Paulo, as cidades que tiveram todas as obras concluídas foram Cuiabá (cinco), Natal (três), Porto Alegre (duas) e Rio (três).
Investimento chega a R$ 8 bi: Os 45 empreendimentos de Mobilidade urbana da matriz de responsabilidades da Copa somam R$ 8 bilhões de investimentos, segundo o levantamento da NTU. Desse total, R$ 4,4 bilhões vêm de financiamentos federais e R$ 3,6 bilhões, de recursos de prefeituras e estados.
Os projetos de transportes, quando concluídos, deverão atender a 2,1 milhões de passageiros por dia. Os corredores exclusivos de ônibus correspondem a 34,9% do total de projetos programados para a Copa. Já os BRTs, também corredores exclusivos de ônibus, mas com embarque e bilhetagem em estações próprias, com características similares aos metrôs e trens, são 15,8% dos projetos. As obras viárias foram 17,7% do total de projetos; metrôs, 5,1%; e VLT, 4,2%.
“Além das obras da Copa, ainda temos muitos empreendimentos de mobilidade incluídos nos PACs das Cidades Grandes e Médias”, afirmou o diretor institucional da NTU, Marcos Bicalho.
Como medida emergencial para melhorar a mobilidade, a entidade propôs ao governo federal, no ano passado, uma meta de implementação de 4 mil quilômetros de faixas exclusivas de ônibus. De acordo com Bicalho, em um ano, já foram instaladas quase 500 quilômetros de pistas para coletivos em mais de 20 cidades do país.
Fonte: Brasil Econômico