O consultor técnico do Seturn, Nilson Queiroga, afirmou que a reunião do Conselho Municipal de Transporte e Trânsito Urbano (CMTTU) na sede da Semob não foi produtiva porque não há transparência por parte da Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob). “Falta transparência na planilha e isso prejudica a decisão com relação a esse valor proposto. A secretaria não tem critérios definidos. Não houve apresentação dos dados na reunião anterior e hoje [ontem] repetiriam o erro”, colocou.
A falta de detalhamento para a formalização do valor de R$ 2,30 para a tarifa de transporte foi contestado pelo Seturn ainda na semana passada. Em entrevista coletiva, representantes do sindicato questionaram a falta de informações nos cálculos disponibilizados pela Semob. O Seturn enviou à secretaria um ofício pedindo a planilha de custos detalhada.
Para os empresários, “os preços [da planilha] são irreais e não estão de acordo com os preços de mercado” e isso inviabiliza uma revisão de planilha por parte da entidade. “O pneu e o veículo novo estão mais baratos em relação ao que foi apresentado na planilha da Semob em 2013”, criticou o consultor técnico do Seturn, Nilson Queiroga. Entre as divergências citadas pelo Seturn está o valor de recapagem que, segundo a planilha 2014 da Semob, custa R$ 380,00, mas de acordo com nota fiscal da empresa Guanabara, de junho deste ano, custou de R$ 405 a R$ 480 para um veículo que passou por conserto e recapagem.
O consultor técnico também descartou a substituição da bilhetagem eletrônica por tickets de papel como era feito anteriormente a venda de meia-passagem, anunciado na semana passada. Queiroga explicou que tudo não passou de um desabafo contra a atitude radical da Semob em tirar todo esse custo da bilhetagem eletrônica (R$ 900 mil mensais) do cálculo tarifário. Ele disse que o uso da tecnologia só tem a avançar.
A frota atual de 626 ônibus em circulação tem idade média de 6,23 anos, enquanto o máximo recomendado é de sete anos. A tarifa em Natal não tem reajuste desde 2011, quando passou a custar R$ 2,20. No ano passado foi anunciado aumento para R$ 2,40, mas após uma série de manifestações populares, o Governo Federal exonerou PIS/Cofins, o que reduziu a tarifa para R$ 2,30. Em seguida, uma decisão do Município revogou qualquer aumento. Pela proposta da Semob, o reajuste de R$ 0,10 na tarifa está vinculado ao aumento da frota em 40 veículos.
Reajuste dos rodoviários não foi pago: Enquanto o impasse em relação à tarifa não é resolvido, as empresas alegam que estão incapazes de pagar o reajuste de 7,32% determinado pela Tribunal Regional do Trabalho (TRT).
Até ontem, pagamento retroativo a maio e junho não tinha sido feito. Segundo Nastagnan Batista, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários do Estado (Sintro/RN), no dia 17 houve reunião no Ministério Público do Trabalho (MPT) para discutir pagamento do retroativo.
Com informações: Tribuna do Norte e Novo Jornal