O plano de recuperação judicial da Busscar já foi atualizado e dentro de 30 dias os credores poderão se manifestar sobre as propostas. O documento de trinta páginas protocolado no dia 16 de junho, foi liberado para consulta na 5ª Vara Cível de Joinville. Dentre as principais propostas estão a reestruturação operacional, reorganização da governança corporativa, venda da Tecnofibras, prazo e condições especiais de pagamento de dívidas e contratação de novos financiamentos.
Os sócios da Busscar projetaram um cenário financeiro dos próximos 15 anos para estimar o volume operacional para a empresa durante este período. Em seu primeiro ano de recuperação, a expectativa é fabricar 404 ônibus, no segundo objetiva produzir 2.053. Para isto ocorrer, além da necessidade de aprovação do plano pelos credores, a Busscar precisa de um capital de giro inicial de R$ 105 milhões (que devem vir do saldo de caixa e da venda da Tecnofibras e imóveis não operacionais) e no decorrer do segundo ao sexto ano mais R$ 17 milhões. “A disponibilidade desses recursos permitirá às recuperandas recompor seu nível de capital de giro, retornar à condição mínima operacional e, desta forma, promover seu crescimento de forma sustentada”, consta no documento.
O plano de recuperação também prevê as formas de pagamento aos credores. Para a classe trabalhista, os créditos até R$ 5,5 mil serão pagos em parcela única no sétimo mês após a aprovação do plano, e os credores que tem a receber mais do que este valor, receberão os R$ 5,5 mil e mais 4% sobre o restante da dívida no sétimo mês. O saldo que ainda faltar será pago em ações do grupo em 12 parcelas. Para as classes de garantia real e quirografários, o plano prevê três opções de pagamento, de 20%, 30% e 50% dos créditos, em que variam o prazo de carência e de pagamento.
Uma assembleia geral de credores para deliberação do plano já foi marcada pelo juiz da 5ª Vara Civel, Rogério Manke. Ela será realizada no dia 19 de agosto no Centreventos Cau Hansen, às 14h. Amanhã o Sindicato dos Mecânicos de Joinville e Região fará uma reunião interna para analisar as propostas. “Ainda não tivemos acesso ao plano atualizado. Vamos estudá-lo antes de emitir um parecer”, comentou Evangelista dos Santos, presidente da entidade.
Fonte: Notícias do Dia (SC)