Um dado alarmante, divulgado recentemente pelo jornal O Estado de São Paulo, mostra que o ar na cidade de São Paulo supera em quase duas vezes o limite estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em termos de concentração, por metro cúbico, da partícula PM 2,5, a que tem maior potencial de afetar os pulmões. O máximo admitido nas cidades é de 10 microgramas de PM 2,5 por metro cúbico, enquanto que na capital paulista esse índice é de 19 microgramas. (valor de 2012).
De acordo com a OMS, apenas 12% da população mundial vive em cidades consideradas com um ar limpo. Como se vê, vivemos em um ambiente que proporciona grandes riscos à saúde humana, oriundos da alta taxa de poluição pelo sistema rodoviário de transporte, grande consumidor de petróleo e emitente de gases tóxicos.
Mas há mecanismos para que se possa reduzir os grandes volumes de emissões poluentes pelos veículos comerciais. Um sistema de transporte coletivo racionalizado, onde a operação dos ônibus tenham desempenho e eficiência, não havendo gastos excessivos e desnecessários com combustíveis e muito desperdício nos tempos das viagens, se mostra como contra ponto à poluição. E se olharmos mais detalhadamente dentro da lógica existente na mobilidade coletiva, podemos visualizar um modal em que os benefícios ao meio ambiente são extremamente importantes.
Estamos falando do trólebus, com sua contribuição para um ar mais limpo nas médias e grandes cidades e que é enfatizado em algumas importantes localidades europeias. Por aqui, um levantamento realizado pela Metra, concessionária do Corredor ABD, em São Paulo, apontou que nove mil toneladas de dióxido de carbono, CO2, deixaram de ser despejadas no ar, durante o ano de 2013, graças à operação de sua frota de ônibus elétrico. De acordo com a empresa, caso fossem utilizados modelos a diesel, o consumo do combustível seria da ordem de quatro milhões de litros.
Para a diretoria da Metra, além de garantir um serviço de qualidade aos passageiros, com ônibus confortáveis e que atendam toda a demanda nas cidades e regiões onde ela opera, a busca pela emissão zero de poluentes e o cuidado com o meio ambiente são um dos principais compromissos com a população, tecnologia e qualidade, aspectos que estão sempre de mãos dadas.
Já no sistema paulistano de transporte público, a rede de trólebus foi a responsável pela redução de emissão de quase 14 mil toneladas de CO2 no ano de 2013. Foram percorridos mais de 9.975.000 quilômetros pela frota de trólebus da cidade, o que significa dizer uma economia de 5.300.000 litros de diesel.
Para Roberto Bartolomeu Berkes, engenheiro e coordenador do Grupo de Trabalho de Trólebus da União Internacional de Transporte Público Divisão América Latina (UITP-DAL), os trólebus da atual geração contam com inovações que melhoram as condições de operação e de atendimento ao usuário, como o sistema autônomo (a baterias), que permitem ao veículo continuar a operação sem interrupção do serviço mesmo que haja um problema de rede ou de fornecimento de energia elétrica. Ainda, segundo ele, os sistemas de trólebus são destaques em todo o mundo (com 10 mil veículos operando em 350 países), principalmente por oferecer emissão zero de poluente.
Fonte e foto: Revista Autobus