Um ano e meio após iniciar as obras, a Comil inaugura oficialmente neste fim de semana sua fábrica de ônibus urbanos construída em Lorena, no interior paulista. Foram investidos R$ 110 milhões na unidade do Vale do Paraíba, que dobra para um volume de 10 a 12 veículos por turno de trabalho a capacidade de produção da empresa no segmento urbano.
O primeiro ônibus sairá da linha de montagem no início de janeiro, mas a capacidade plena só deve ser alcançada no segundo semestre do ano que vem. A Comil vai produzir em Lorena dois modelos urbanos hoje montados em Erechim (RS). A fábrica gaúcha passa, então, a se concentrar na produção de ônibus rodoviários da marca, além de veículos mais complexos, como os BRTs – os coletivos de corredores exclusivos que estão sendo construídos em algumas cidades-sede da Copa do Mundo.
Silvio Calegaro, presidente da Comil, diz que a nova fábrica traz evoluções tecnológicas, como uma linha de soldagem 75% automatizada. Também vai atrair a seu entorno fabricantes de componentes como assentos, janelas e chicote elétrico, o que permitirá à empresa fabricar não apenas a carroceria dos ônibus, mas praticamente todo o conjunto em um único local. “Estamos saindo de um universo tão artesanal como é a indústria encarroçadora”, afirma.
Inicialmente, a Comil vai montar em Lorena carrocerias sobre chassis da Mercedes-Benz e da MAN, as duas maiores montadoras desse mercado. Calegaro, contudo, diz que outros produtos serão gradualmente adicionados à linha paulista.
A fábrica foi erguida em um terreno de 210 mil metros quadrados às margens da rodovia Presidente Dutra, na metade do caminho entre Rio de Janeiro e São Paulo. Serão gerados no local 500 empregos diretos, além de mil outras vagas em fornecedores.
Segundo Calegaro, a transferência da linha urbana para Lorena também abre espaço para a empresa aumentar a capacidade em Erechim. “Poderemos nos reorganizar para melhorar a produção e reduzir prazos de entrega”, diz.
Dados da Anfavea, entidade das montadoras instaladas no país, mostram que as vendas de ônibus sobem quase 15% neste ano, somando 29,7 mil unidades entre janeiro e novembro. Para 2014, Calegaro prevê um cenário mais difícil, dada a tendência de crescimento modesto da economia. Apesar disso, ele diz que o investimento se justifica pela perspectiva positiva no longo prazo.
Fonte: Valor Econômico