Aí vai uma maneira de atrair quem anda de carro para o transporte coletivo: A organização responsável pelo sistema de transporte público de Praga, ROPID, anunciou em maio a criação do “trem do amor”. Mais especificamente, a ideia é destinar determinados vagões, fora dos horários de pico, para que corações solitários possam ter esperança de encontrar outros corações solitários enquanto viajam pelas linhas de metrô.
Como já era de esperar, este novo toque criativo ao transporte público foi de encontro a críticas massivas. Ariel Schwartz, no blog Co.Exist, argumentou: “É uma ideia boba, mas se ajudar as pessoas a saírem dos carros para os trens, por que não?”. Algumas pessoas, por outro lado, comentaram que os vagões poderiam atrair bisbilhoteiros e voyeurs, enquanto outras temem que podem ser mal interpretados e até julgados ao utilizar os vagões. O The International Business Times optou por focar em outro objetivo dos “trens do amor” – encorajando os cidadãos jovens a se casar. Eles descrevem o projeto como uma resposta ao declínio taxas de natalidade e uma elevada população de pessoas solteiras.
Apesar das críticas, a principal proposta do trem do amor parece ser incentivar os passageiros a utilizarem o transporte coletivo e chamar a atenção das muitas vantagens de sua utilização. “Queremos enfatizar que o transporte público não é apenas um meio de transporte, mas que você pode fazer coisas lá que você não pode fazer no seu carro”, esclareceu o porta-voz da ROPID Filip Drapal à agência Reuters. “Essa ideia é apenas parte de uma nova campanha de longo prazo cujo objetivo é mostrar as atividades que você pode fazer no transporte público que você não pode fazer dentro de seu carro, como ler, estudar, ouvir música, jogar e-games e verificar e-mails”.
E que grande ponto – você pode dançar, conversar ou ler um livro, observar a paisagem ou tirar uma soneca. As vantagens do transporte público são muitas, e a ROPID certamente optou por escolher um jeito interessante de ressaltá-las.
Os primeiros carros do amor estão previstos para ser inaugurados no outono. Só então é que os críticos e os defensores do plano poderão ver se as pessoas estão ansiosas para embarcar nos vagões para, quem sabe, conhecerem sua alma gêmea.
Se encontrar o par perfeito dentro do metrô parece ser uma tarefa árdua, talvez a ROPID possa considerar outros tipos de ambientes, como carros sociais, por exemplo, onde passageiros, solteiros ou não, são incentivados a estabelecer uma conversa. Ou uma parada de livros, como no projeto brasileiro, onde passageiros podem pegar os livros para ler durante o trajeto.
A lista de coisas que você pode fazer no transporte público que você não pode fazer enquanto estiver dirigindo um carro é longa. Neste outono, vamos ver se os encontros em vagões é uma delas.
Nas imortais palavras de The O’Jays, ““People all over the world, join hands, start a love train, love train” (pessoas em todo o mundo, dão as mãos, e começam o amor, amor no trem).
Fonte e foto: The City Fix Brasil