Nesta semana, vimos à tragédia ocorrida em Ceará Mirim em que nove vidas foram ceifadas após uma colisão entre uma Hilux e um Kadett que fazia o transporte “alternativo” de passageiros entre duas comunidades rurais daquela cidade.
Há muito tempo, nós do UNIBUS RN já alertávamos que algo mais grave poderia acontecer a qualquer momento, e infelizmente este momento chegou! Imagine a situação, caro leitor: Um veículo que no máximo pode levar 5 pessoas estava transportando 9 indivíduos.
Esta é só a ponta do iceberg de um problema que já vem a anos fragilizando o transporte interestadual do nosso estado, antes assunto esquecido pela mídia e pelos governantes do nosso estado. Precisou acontecer uma tragédia para que este assunto voltasse à tona nos meios de comunicação e fosse, pelo menos, debatido pela classe política.
Os “loteiros” andam sem nenhum medo e nem discrepância. Carros velhos, mal cuidados e com vários itens de segurança em falta são uma tônica deste transporte desleal, irregular e perigoso para a população. Claro que sempre há o outro lado da moeda: Tem deles com carros novos e que prestam no geral um bom serviço – mesmo assim é irregular!
Não é a toa que é comum vários taxistas (Os legais, que possuem praça) dizerem que só é loteiro que nunca conseguiu se dar bem em nenhuma área, ai eles compram qualquer Kadett ou Ipanema da vida e vai trabalhar de carregar gente.
Sabemos que muitas vezes a população se sujeita a tal transporte porque realmente é a única maneira de se chegar ao seu destino (Ou pelo menos tentar) já que o transporte regular de passageiros é praticamente falido em nosso estado, e o órgão gestor nos parece mais falido que o próprio sistema.
Agora vem o comandante do DER falar em licitação, e que estava para ser publicado até o começo do ano que vem um edital de licitação para o transporte intermunicipal potiguar. O mesmo secretário que há alguns dias atrás disse que não tinha nenhum dado sobre o transporte intermunicipal do nosso estado e que estava sendo difícil fazer uma proposta de licitação (Comprovando a inoperância do Órgão).
Agora fica a pergunta: Até quando iremos ficar a mercê deste transporte falido? Será que precisaremos ter mais uma tragédia para que algo seja feito? Nove vidas foram ceifadas de uma vez só, será que mais pessoas precisarão pagar com a vida para algo que seja feito? Se a licitação for a solução, que a mesma seja feita Imediatamente! O que queremos é só um transporte digno e com alguma segurança, só isso… Será que é pedir demais?