A prosperidade das cidades e a elevação no nível social e econômico das pessoas vão depender também dos investimentos realizados no setor de transportes. Foi o que defendeu o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, na sede da entidade em Nova Iorque, em evento que antecipa o Dia Mundial da Habitação, celebrado neste dia 07 de outubro.
Ban Ki-moon disse que para uma cidade ser próspera e ter moradores com qualidade de vida, os investimentos em transportes são obrigatórios. Ele disse que os países em desenvolvimento devem evitar o que chamou de “pobreza do transporte”. Para Ban Ki-moon, a eficiência nos transportes faz a diferença entre uma “cidade próspera e outras cidades”.
Ele disse que ainda há uma grande quantidade de pessoas em todo o mundo que não têm condições de usar frequentemente sistemas de ônibus, trens e metrô, o que para o secretário-geral da ONU deve ser corrigido através de políticas públicas que estimulem os transportes públicos, tanto em relação a abertura de espaço exclusivo como a criação de maneiras que facilitem o trabalho dos operadores.
Ban Ki-moon também foi claro ao dizer que os transportes devem ser ainda mais práticos e acessíveis para idosos e pessoas com deficiências e que o uso de ônibus, trens e bicicleta deve “prevalecer em relação aos carros”. Ele citou também que o pedestre deve ser melhor atendido nas cidades.
No evento foram discutidos os principais desafios nas cidades no mundo. Entre os principais estão os efeitos das mudanças climáticas, as questões relativas ao tráfego congestionado e a falta de planejamento no crescimento urbano.
Em todos estes três desafios, o transporte coletivo traz contribuições importantes. A começar pelo planejamento das cidades, que devem ser pensadas para as pessoas circularem e não para os carros, com redes de diferentes modais que se integram. Sobre as mudanças climáticas, os incentivos aos transportes coletivos influenciam diretamente na redução de emissão de poluição por eliminarem o excesso de veículos nas ruas e avenidas, trazendo soluções para o outro desafio: os congestionamentos.
Investimentos em transportes coletivos limpos, como trens, metrô e ônibus movidos a eletricidade devem estar nos planos do poder público. O chefe da entidade mundial ressaltou que os transportes têm papel–chave nas metas de desenvolvimento sustentável nas cidades.
Ban ki-moon também demonstrou preocupação sobre as perspectivas de crescimento da população em cidades costeiras, que até 2050 pode chegar a 260 milhões de pessoas. Essas cidades são mais expostas a problemas como furacões e ciclones.
Ele diz que neste caso o planejamento também será essencial para poupar vidas e recursos. Desde o ano de 2000, os desastres naturais causaram perdas econômicas na ordem de US$ 1,3 trilhão.
Fonte: Canal do Ônibus