Custo da Imobilidade “rouba” US$ 2,6 trilhões em todo o mundo por ano

O Brasil e o Mundo pagam muito caro pela imobilidade: são altos custos na área da saúde, já que o trânsito e a poluição degradam a qualidade de vida, em infraestrutura que é insuficiente para tantos carros e também pela perda de competitividade.
E como ampliar as soluções para a falta de mobilidade das pessoas e reduzir o impacto do problema sobre o meio ambiente foram temas que marcaram o 14º Encontro da Fresp – Federação das Empresas de Transportes de Passageiros por Fretamento do Estado de São Paulo, realizado em Foz do Iguaçu, entre os dias 29 de agosto e 1º de setembro.
O presidente da Fabus, associação que reúne os fabricantes de carrocerias de ônibus e vice-presidente da Fiesp – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, José Antônio Fernandes Martins, disse que por causa da imobilidade e burocracia, o mundo deixa de gerar riquezas e melhorar a qualidade de vida da população.
“O mundo deixa de produzir por ano US$ 2,6 trilhões por causa da burocracia e da falta de infraestrutura. O PIB do mundo hoje está em torno de US$ 71,2 trilhões. Se os países fossem capazes de gerar esses US$ 2,6 trilhões, as exportações no Brasil poderiam crescer algo em torno de 30%, fortalecendo a economia brasileira. A falta de mobilidade tira a qualidade de vida das pessoas e traz impactos negativos em todos os setores” – ressalta o dirigente.
A professora da Escola Politécnica da UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Eva Vider, fala que a solução para as cidades é o transporte coletivo e que a lei de mobilidade urbana, promulgada pela presidente Dilma Rousseff no ano passado, inclui o setor de fretamento como solução.
“Os ônibus de fretamento são importantes alternativas em todo o mundo para a diminuição do tão danoso excesso de veículos nas ruas. A lei de mobilidade urbana prevê o transporte fretado como solução. Ela determina que o fretamento trata-se de um transporte coletivo privado, portanto, não compete com o transporte coletivo público, mas retira os automóveis das ruas. Seja público ou privado, ou de preferência os dois, o importante é investir no transporte coletivo” – argumentou a especialista.
O presidente da Anttur – Associação Nacional dos Transportadores de Turismo e Fretamento, Martinho Ferreira de Moura, diz que país em desenvolvimento é país que pensa em mobilidade.
“Um país que quer crescer pensa na mobilidade urbana, que traz ganhos de qualidade de vida, ambientais e econômicos. As cidades não suportam mais carros, é uma questão de espaço físico. E o setor de fretamento auxilia neste contexto, sendo mais uma opção para que o número de veículos seja diminuído nas cidades” – explicou o líder de classe.
Até este ano, os encontros da Fresp – Federação das Empresas de Transportes de Passageiros por Fretamento do Estado de São Paulo só eram realizados em São Paulo. Com o evento em Foz do Iguaçu foi aberta a possibilidade de maior integração entre os operadores do setor em todo o País, como explicou Cláudio Roberto Moreira, diretor da empresa Mimo Transporte.
O diretor de outra transportadora, a Rimatur, Emerson Imbronizio, também destacou a importância de diversas regiões do país se integrarem em prol de um objetivo comum: a melhoria na mobilidade.
E as perspectivas de crescimento da demanda por ônibus de fretamento têm feito com que a indústria crie novos produtos para o setor, com possibilidades de novos negócios. Por isso, encarroçadoras, fabricantes de chassis e revendedoras de veículos não perderam a oportunidade de demonstrar ônibus e serviços.
O presidente da Neobus, Edson Tomiello, destacou o modelo New Road N 10. Para ele, o momento é oportuno para o lançamento de novos produtos já que as cidades discutem mais soluções para a mobilidade urbana. O gerente regional da Volvo, Humberto Costa, e o gerente comercial da Auto Sueco, representante da Volvo em São Paulo, disseram que o evento foi positivo para as fabricantes por agregar clientes em potencial. O coordenador de marketing da Agrale, Nauri Ribeiro, destacou o novo modelo MA 17.0 para aplicações urbanas e de fretamento. Ele também explicou que a Agrale faz uma caravana nacional para demonstrar de perto o ônibus aos novos produtos. O gerente de vendas da encarroçadora Irizar, João Paulo da Cunha Ranalli, e o diretor geral, Axier Aiertza, falaram de novos modelos, como o i6 e da continuidade de modelos tradicionais da marca, como o Century. Eles destacaram também a importância do fretamento nos negócios da empresa. A presidente da Mascarello, Celinha Mascarello, acredita que o foco do evento foi positivo para o setor e também para a criação de um clima de união entre fabricantes, revendedores, empresas de ônibus e familiares. O representante da Comil em São Paulo, Fermino Kozak, disse que o setor de fretamento corresponde à maior fatia de vendas de veículos do tipo rodoviário da encarroçadora. Ele acredita que esta fatia de mercado deve aumentar com a receptividade do novo modelo da marca, Versátile Gold.
Representantes de classe, de companhias e da indústria fizeram um balanço positivo sobre o evento que foi realizado num momento em que se discute de maneira mais ampla a questão da mobilidade, como explicou o gerente de vendas da Scania, Wilson Pereira.
A realização do evento em Foz de Iguaçu pode fortalecer o setor de fretamento no estado do Paraná, como acredita o diretor da concessionária Rodoservice, Luiz Fogaça.
O presidente da Fresp, Claudinei Brogliato, destacou que a realização do evento para além dos limites de São Paulo permite um maior entrosamento entre os transportadores. A diretora executiva da entidade, Regina Rocha, ressaltou a importância do conteúdo das discussões e admirou a exposição dos ônibus.
Um dos organizadores do evento, o diretor da editora OTM, Marcelo Fontana, destacou que o setor de fretamento tem se fortalecido assim como o relacionamento entre os empresários, indústria e fornecedores.
O encontro da Fresp foi um evento de classe, que claro, buscou reunir os interesses dos empresários de ônibus de fretamento. Mas acima de tudo, o objetivo foi discutir e apresentar alternativas para melhorar a vida das pessoas pela mobilidade urbana e isso é de interesse de toda a sociedade.
Priorizar o transporte coletivo é pensar de forma coletiva. Assim, empresários, população, fabricantes e poder público devem unir esforços para que a economia se fortaleça e a qualidade de vida das pessoas melhores.

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