Seminário discute transporte, saúde e meio ambiente

A Rio +20, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, foi uma oportunidade de a indústria, setores acadêmicos de pesquisa e da sociedade civil mostrarem que há soluções do ponto de vista tecnológico que permitem com que os transportes públicos auxiliem ainda mais a formação de uma economia sustentável, que ofereça desenvolvimento, prosperidade, integração social sem causar impactos negativos no meio ambiente.

Os transportes públicos já trazem ganhos para a natureza e, consequentemente vida humana, por reduzirem o excesso de veículos nas cidades. O alto número de carros de passeio usados de forma pouco racional e a falta de prioridade aos transportes coletivos ocasionam problemas sérios como congestionamentos e poluição, que não só geram prejuízos financeiros, mas são responsáveis pela morte de milhares de pessoas por ano, de acordo com os institutos de saúde públicos e privados.

Se a Rio +20 mostrou vários avanços tecnológicos que maximizam os ganhos ambientais dos transportes coletivos, em relação à formulação de políticas públicas que privilegiem, os debates não avançaram de maneira satisfatória.

Mas ideias para soluções que precisam ser tomadas de maneira imediata e outras para o longo prazo não faltam sobre como gerenciar, planejar e oferecer transporte público de qualidade.
É o que vai mostrar o Seminário “Transporte Coletivo: Sustentabilidade, Mobilidade e Saúde”, a ser realizado no dia 26 de junho, próxima terça-feira, na Associação Comercial e Industrial de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. O evento vai reunir estudiosos do setor de transportes e saúde como Vitor Seravalli, especialista em Desenvolvimento Sustentável e presidente do Comitê Brasileiro do Pacto Global da ONU; Adalberto Maluf, especialista em planejamento e mobilidade urbana e diretor da C40 (órgão internacional que reúne os prefeitos das principais cidades do mundo) e Paulo Saldiva, médico coordenador do Laboratório de Poluição Atmosférica da Universidade de São Paulo (USP).

Adriano Murgel Branco, ex secretário de transportes de São Paulo, que participou no Plano Sistran, o maior projeto de implantação de ônibus com tecnologia limpa na Capital Paulista, nos anos de 1970, com a expansão da rede de trólebus, também estará no evento. As inscrições são de graça e devem ser feitas pelo site: www.transportelimpo.com.br
A iniciativa é da Eletra (empresa especializada em fabricação de sistemas de tração elétrica para transportes urbanos) e Metra, que opera o Corredor ABD, que liga São Mateus, na zona Leste de São Paulo, ao bairro do Jabaquara, na zona Sul, passando por municípios do ABC Paulista. Além de ônibus diesel, a empresa opera trólebus, que reduzem 100% a emissão de poluição nas operações por serem totalmente movidos a eletricidade, um modelo a etanol e vários ônibus elétricos-híbridos, que também reduzem os poluentes.
Além da questão da saúde e meio ambiente, os debatedores vão discutir os vários exemplos possíveis para as realidades econômicas e de demanda de cada região de como oferecer transportes rápidos, a custos interessantes para os passageiros e confortáveis que podem fazer com que as pessoas achem mais vantajoso deixar o carro em casa:

A Metra, empresa que opera o Corredor Metropolitano de Ônibus ABD, e a Eletra, empresa brasileira que desenvolve tecnologia de tração elétrica para ônibus urbano, organizam no dia 26 de junho (terça-feira), das 8h30 às 13h, o seminário “Transporte Coletivo: Sustentabilidade, Mobilidade e Saúde”, na sede da ACISBEC (Associação Comercial e Industrial de São Bernardo do Campo).

O setor de transportes tem sido apontado como a fonte emissora de gases de efeito estufa com maior e mais rápido crescimento, com cerca de 2,5% ao ano. Somente a capital paulista e a região metropolitana têm 17 mil km de vias, com uma frota de 18 mil ônibus urbanos. Veículos movidos a diesel, usado em caminhões e ônibus, respondem por 28,51% das 63 mil toneladas de material particulado lançados anualmente para a atmosfera na região metropolitana de São Paulo. Uma das alternativas para diminuir esse índice seria a volta do trólebus como principal modelo de ônibus. Atualmente, existem apenas 171 na capital paulista e 86 na região do ABC, operados pela Metra
Além de utilizar ônibus elétrico em sua frota, a Metra iniciou, desde 2010, uma política de sustentabilidade que reduziu o consumo de combustíveis fósseis com a substituição de diesel por biodiesel e trocou parte da frota de ônibus por modelos híbridos. Reduziu, em 25%, o consumo de energia elétrica em dois de seus nove terminais, iniciativa que está sendo expandida para os demais, e economiza, ao mês, cerca de 1,5 milhão de litros de água com o sistema de tratamento e reuso dos recursos hídricos na garagem localizada em São Bernardo do Campo. Ela implantou, também, o programa “Corredor Verde” no trecho entre São Mateus-Jabaquara, cujo objetivo é deixar o trajeto mais arborizado e reduzir a emissão de gás carbônico (CO²) na atmosfera. Já foram plantadas mais de 5.000 árvores.

Seminário
O objetivo do seminário é reunir especialistas no assunto para discutir propostas e tendências para o transporte coletivo em grandes cidades e regiões metropolitanas. Em pauta estão temas como sustentabilidade e saúde, mobilidade urbana e as contribuições que o transporte coletivo com baixo impacto ambiental pode oferecer para a melhoria da qualidade de vida da população; em especial os corredores de ônibus e o uso dos ônibus elétricos, tendência nas grandes cidades como solução não-poluente para o transporte de massa.

A programação do evento “Transporte Coletivo: Sustentabilidade, Mobilidade e Saúde”está estruturada em três palestras, seguidas de um debate, contando com convidados especialistas no tema.

A primeira palestra será proferida por Vitor Seravalli, especialista em Desenvolvimento Sustentável e presidente do Comitê Brasileiro do Pacto Global da ONU; seguido por Adalberto Maluf, especialista em planejamento e mobilidade urbana e diretor da C40 (órgão internacional que reúne os prefeitos das principais cidades do mundo) e Paulo Saldiva, médico coordenador do Laboratório de Poluição Atmosférica da Universidade de São Paulo (USP). Para o debate, que tem como mediadora a jornalista Fabíola Cidral, apresentadora dos programas CBN São Paulo e Caminhos Alternativos (Rádio CBN), estão confirmadas as presenças de Adriano Murgel Branco (ex-secretário de Transportes do Estado de São Paulo) e Ádamo Bazani (jornalista da Rádio CBN especializado em transporte). Entre os convidados estão também representantes do Governo do Estado de São Paulo, das Prefeituras Municipais, além de empresas, universidades, ONGs e lideranças comunitárias da região.

As vagas são limitadas e as inscrições gratuitas podem ser feitas pelo site www.transportelimpo.com.br.

O Seminário é organizado no mês da celebração do Dia Mundial do Meio Ambiente, bem como da realização da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável Rio+20, no Rio de Janeiro.

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