Garagem.com: Licitação: Embarque continua pela frente; Pintura deverá ser padronizada

Recebi, recentemente, a informação de que o edital da licitação de Natal mudaria o fluxo no embarque e desembarque dos ônibus da capital – o embarque, no novo sistema, seria pela porta traseira e o desembarque pela porta dianteira. Esta seria, assim, a maior mudança operacional do sistema. Particularmente e respeitosamente aos sistemas que ainda têm o embarque pela porta traseira, achei um retrocesso. Ora, Natal foi uma das primeiras capitais do Brasil a mudar o embarque da porta traseira para a dianteira (em meados de 1993. Não sei o ano precisamente, se alguém puder confirmar, será uma útil informação), e agora voltaríamos de onde saímos? Estranho, no mínimo.
Fui à tentativa de confirmação. Procurei o secretário adjunto da Secretaria de Mobilidade Urbana (SEMOB), Jefferson Pedrosa. Expus o caso e obtive a confirmação de que o embarque continuará pela porta dianteira. Aliás, Jefferson inteirou que o edital da licitação não adentra a esta parte operacional – de fato – do sistema de transporte. Coisas desse tipo estarão em leis que deverão ser promulgadas, que engloba também horários das linhas, multas por não cumprimento de horários e rotas por parte das empresas, etc. O questionei então se poderia haver uma portaria que viesse a mudar o embarque, e o secretário – condizente com a lógica e também com o que eu já imaginava – considerou que acha impossível que isto venha acontecer.
Mais importante (e até surpreendente) que qualquer argumento exposto por Jefferson, ele expos que devamos continuar com este fluxo no embarque pela frente e desembarque por trás pela estruturação do perfil dos veículos modernos. Jefferson citou como exemplo veículos de piso baixo, que, segundo ele, têm maior facilidade operacional com o embarque pela porta dianteira do veículo. Aproprio-me do pensamento do secretário para referir-me também a veículos de maior porte, como ônibus articulados e até bi-articulados. O embarque frontal é, com certeza, muito mais prático. E, neste caso, podemos imaginar e compartilhar o desejo da SEMOB de que possamos passar a trabalhar com veículos piso baixo, por exemplo. Um ‘novo perfil’ dos ônibus na cidade.
Também tratei com Jefferson, mais rapidamente, a questão de uma possível pintura padronizada no sistema pós-licitação. Isto sim estará no edital. Jefferson comentou que o documento trará “toda a questão de layout, dividido por linhas”; Isto é essencial para pensarmos na possibilidade de trabalharmos com linhas segmentadas. Ou, com pinturas semelhantes – podendo ser divididas por cores – diferentes por cada consórcio operador do novo sistema. Certamente isto já é esperado pelas empresas, vide seus recentes históricos. Guanabara e Via Sul, nos novos ônibus comprados, apresentaram-se com pinturas extramente simples – certamente pela facilidade que terão em repintar os veículos após o lançamento do novo layout, vencendo a licitação.
A padronização da pintura, neste caso, é uma oportunidade de mudarmos o conceito de pintura padronizada na capital. De meu conhecimento, já tivemos duas ocasiões com pinturas padronizadas. A primeira na década de 80, quando, no governo do então prefeito Garibaldi Alves, foram feitos testes com veículos de configuração a Gás Natural. As três maiores empresas da época – Transportes Guanabara, Viação Cidade do Sol e TransFlor – participaram do projeto, e fizeram compra em conjunto do mesmo modelo de ônibus – Caio Amélia –, com o mesmo ideal de pintura, modificando apenas as cores para cada empresa – Guanabara: Amarelo e vermelho; Cidade do Sol: Laranja e verde; TransFlor: Tons de roxo e vinho. O projeto não vingou, e a padronização foi deixada de lado – mas a Guanabara apropriou-se do contexto da pintura e utilizou-a como pintura fixa até 1995, aproximadamente.
Acervo: Portal Ônibuseiro
Em 2007 foi à vez das empresas operadoras da região de Nova Parnamirim padronizar suas pinturas. Via Sul, Cidade das Dunas e Santa Maria criaram o ‘Consórcio Zona Sul’; Uma mesma pintura para os veículos – adquiridos quase que no mesmo instante pelas três empresas – que iriam operar as linhas de Nova Parnamirim e Eucaliptos. Não se sabe ao certo o motivo das empresas terem ‘voltado atrás’ e, já em 2008, começarem a modificar os veículos; De início, retiraram o nome ‘Consórcio Zona Sul’ dos ônibus, e o nome das empresas ganhou maior espaço nos veículos. Posteriormente, todos foram reformados e estão com as pinturas originais das empresas até hoje.
Via Sul, com veículos do então ‘Consórcio Zona Sul’

Cidade das Dunas foi a última empresa a retirar a pintura do consórcio

Santa Maria foi a primeira empresa a retirar o nome do Consórcio do único veículo padronizado

Agora é esperar e ver o que vai dar. Edital, agora, só em junho! E nós aguardamos ansiosos.
Thiago Martins

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