O Tribunal de Contas da União (TCU) divulgou, nesta quarta-feira, dados pouco animadores em relação à mobilidade urbana para a Copa do Mundo de 2014. Segundo o relator do processo sobre o mundial, ministro Valmir Campelo, apenas 4% dos recursos previstos para obras de transporte foram liberados até agora pela Caixa Econômica Federal (CEF) aos governos estaduais e municipais. Em outras palavras, somente verbas para sete das 54 operações foram desembolsadas. “O atraso pode resultar em uma Copa mais cara, porque pode ensejar aditamentos”, disse Campelo.
De acordo com o ministro, os recursos estão garantidos pela Caixa. O que falta são os governos estaduais e municipais encaminharem os projetos executivos ao banco. Ele disse ainda que Belo Horizonte é a mais adiantada das doze cidades-sede nas obras de mobilidade urbana. Campelo participou de audiência na Comissão de Turismo e Desporto da Câmara dos Deputados.
O valor previsto de financiamento pela Caixa é de 7,6 bilhões de reais. Esta quantia está incluída no total de 11,48 bilhões de reais previsto para mobilidade urbana. O BNDES contribuirá com um aporte de 1,2 bilhão de reais e os governos locais custearão o valor restante, 2,68 bilhões de reais.
Campelo disse que a falta de planejamento urbano, requisito necessário para que a população usufrua do legado das obras, é preocupante. “Mentiríamos se falássemos que o Brasil pensou em médio e longo prazo”, disse. “Preocupa-nos o risco de conceder uma herança que não corresponda às reais necessidades da população ao término dos jogos”, disse.
Prevenção: O ministro do TCU informou também que as ações preventivas do tribunal para evitar irregularidades reduziram os preços das obras num total de meio bilhão de reais. O valor inclui orçamento para estádios e aeroportos, por exemplo. “A atuação do TCU repercutiu em benefícios concretos e superiores a meio bilhão de reais, sem que fosse paralisada nenhuma obra”, disse.
Fonte: Revista “Veja”