Itapemirim muda estratégia para elevar vendas

O mês de abril está agitado na cúpula da Viação Itapemirim. É que uma profunda reestruturação administrativa está em curso na companhia fundada pelo empresário Camilo Cola na década de 1950. O objetivo, como não poderia deixar de ser, é preencher cada vez mais assentos nos mil ônibus pertencentes à empresa – a taxa média de ocupação chegou a 70% no último trimestre. “É um número bom. Mas queremos mais”, disse Andrea Cola, neta do fundador e coordenadora do conselho consultivo do Grupo Itapemirim.
Entram em cena, então, nomeações em cargos de comando — inclui as áreas de vendas, marketing, logística, tráfego, operações e manutenção — e a criação de uma figura estratégica, o ‘mandatário de linha’, tudo isso para elevar a receita da Itapemirim, carro-chefe do grupo de empresas da família Cola. A companhia de transportes gera 47% do faturamento total de R$ 800 milhões anuais. As metas de crescimento, diz a empresária, estão sendo traçadas.

Uma das principais alterações da nova fase é a promoção do ex-diretor superintendente, Anísio Fioresi, ao cargo de CEO. Camilo Cola Filho, até então na presidência da empresa, fará parte da diretoria corporativa – em cargo ainda sem nomenclatura. “Estamos desenhando a nova estrutura ainda”, diz Andrea. Na prática, Fioresi, com mais de três décadas de Grupo Itapemirim, estará à frente das operações, permitindo que Cola Filho exerça uma função puramente estratégica.
Não é para menos. É que além da concorrência cada vez mais acirrada com pesos pesados como Viação Águia Branca e Grupo JCA (dono da Cometa, 1001, Catarinense, entre outras), o setor de transporte rodoviário vive em constante expectativa com a reformulação do negócio de transportes de passageiros pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), em curso. Por conta da reformulação, que, esperam empresários, pode sair a qualquer momento, as empresas precisam se movimentar com cautela.
“O governo pode vir com um modelo totalmente diferente do que existe hoje”, diz Andrea. “Não sabemos, apenas para exemplificar, se vai continuar existindo uma linha entre Foz do Iguaçu e São Paulo”. Segundo a empresária, o projeto da ANTT, anunciado em 2008, deve licitar novamente as rotas operadas pelas empresas de ônibus. Para viver essa fase da melhor maneira possível — o projeto foi anunciado pelo governo em 2008 — a Itapemirim criou um grupo de trabalho que acompanha os movimentos do governo nessa questão e se reporta à cúpula da empresa.

Mandatário de linha: Com 10% de participação no setor de transporte rodoviário, mercado que movimenta R$ 4 bilhões anuais entre cerca de 200 companhias, a Itapemirim fez alteração na estrutura comercial para se tornar mais agressiva. Acaba de criar a figura do ‘mandatário de linha’. Cada um desses executivos ficará responsável por elevar as vendas de passagens em grupos de rotas, obedecendo a critérios geográficos. Um dos benefícios é facilitar o processo de gestão, visto que a cúpula comercial irá se dirigir a eles em vez dos gerentes setoriais das 145 rotas. Esses gerentes, por sua vez, irão se dedicar mais à operacionalização, pois o mandatário será a figura preocupada em aumentar as vendas de passagens.
Fonte: Brasil Econômico

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