Mossoró: “Pegar ônibus bom depende de sorte”, diz passageiro

A denúncia de um esquema ilegal de venda de liminares com autorização judicial para o transporte de passageiro, que facilitava o uso de veículos antigos, para trafegarem livremente por todo o país, mesmo com condições precárias de funcionamento, chamou a atenção para outra questão bastante importante, que diz respeito ao transporte de passageiros: Qual situação da frota que faz as linhas aqui no Rio Grande do Norte?

O Jornal de Fato foi até o Terminal Rodoviário Diram Ramos do Amaral, em Mossoró, e conversamos com alguns passageiros que estavam aguardando a hora do embarque.

Entre as principais reclamações, está a falta de conforto em alguns veículos. Para os passageiros, pegar um ônibus bom é uma questão de sorte. Eles acreditam que o preço pago pela passagem não é injusto quando o ônibus é confortável, mas nem sempre conseguem viajar nos melhores veículos da frota que atende a demanda da cidade.

Outra reclamação é que os ônibus que fazem as linhas que seguem para os municípios do interior do estado ou cidades litorâneas possuem qualidade bem inferior dos veículos destinados para capitais, como Natal (RN) e Fortaleza (CE). No entanto, os passageiros frisam que mesmo os ônibus que seguem para as capitais sendo melhores que os destinados aos demais municípios, muitos veículos também estão em boas condições.

O cozinheiro cearense Cláudio Marques, que trabalha em Mossoró, estava esperando o embarque para Fortaleza e conversou com a reportagem sobre a situação dos ônibus. Ele conta que viaja, frequentemente, e diz que algumas vezes pega uns ônibus bastante desconfortáveis.

“O último que viajei era muito ruim. Bem desconfortável. Não tinha como ligar as lâmpadas, nem regular o ar-condicionado. No local dos controles tinha só os espaços abertos. Se a gente tivesse garantia que todos os ônibus seriam bons, a passagem era justa, mas pegar um ônibus bom depende de sorte”, comenta.

Já para a funcionária da rodoviária, Francisca Queiroz, que é de Areia Branca, e vem trabalhar em Mossoró dependendo desse tipo de transporte, a qualidade é péssima. Francisca Queiroz reclama que o ônibus balança muito e que nas épocas de mais movimento, como véspera de feriados prolongados, muitos carros apresentam defeitos, parando no meio do percurso, atrasando a viagem.

“A qualidade é péssima, tem carro que roda eu não sei nem porque. A melhor é a Guanabara, o resto é bagaço. Teve um ônibus que no período de chuva, tinha tanta goteira que tanto fazia ficar fora ou dentro do carro, molhava todo mundo”, comenta.

A reportagem do Jornal de Fato entrou em contato com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para saber informações sobre a frota de ônibus que circulam aqui no Rio Grande do Norte, e foi informada que o órgão responsável por fiscalizar a condição dos veículos aqui no estado é o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) do RN.

O DER foi procurado e por meio da assessoria de comunicação ficou de enviar informações, através de e-mail, no entanto até o fechamento da matéria as informações não foram enviadas.

Fonte: Jornal de Fato

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