São muitos os buracos no meio do caminho…

Andar pelas avenidas da cidade e não encontrar buracos, desníveis ou verdadeiras crateras é quase uma “loteria”. O compasso do reduz e  desvia – e cai em outro buraco -,  é quase sempre sinônimo de carro quebrado, batida e pneus estourados. E a “má sorte” do natalense tem se revertido em despesas com manutenção de veículos e mesmo na possibilidade de tarifas de ônibus mais caras – uma vez que o custo para manter a frota circulando também é computado no cálculo. Afora o prejuízo no bolso, os buracos  acarretam acidentes de trânsito.  O fluxo lento tem se acentuado devido as condições das estradas, que eleva a precaução de condutores. A Tribuna do Norte foi às ruas e não teve dificuldade em encontrar locais considerados mais críticos pelos principais afetados: os motoristas.

A buraqueira tem reduzido de seis para três meses  o intervalo entre as revisões dos veículos e alterado a rotina em oficinas e borracharias da cidade, que segundo os proprietários, tem um incremento de 30% no movimento. “Clientes que antes vinham aqui fazer a revisão semestral tem que aumentar  os cuidados devido os problemas causados”, diz o mecânico e dono de oficina de balanceamento e alinhamento Tayrone Barreto. Os principais problemas são amortecedores e sistema de suspensão danificados, bandeja e rodas empenadas e pneus furados.

O barman Taunay Araújo, 29 anos, antecipou a ida a oficina. Na última semana, a cratera formada nas proximidades da Compal, na Felizardo Moura, resultou em uma ventolina solta e prejuízo de R$ 200. “Não é um gasto previsto, mas tem se tornado corriqueiro”, lamenta.

A revisão de um carro em Natal varia de R$ 200 a R$ 400, dependendo do modelo. E assegura maior desempenho do veículo. “Por isso a necessidade de reforçar esse cuidado com a cidade neste estado”, analisa o mecânico Gilson Olivera, de uma oficina na avenida Leão Veloso (antiga Av. 5), que orienta: reduzir a velocidade, evitar ingestão de álcool e redobrar a atenção pode minimizar as despesas com oficina.

Mas não se engane, os especialistas em conserto são unânimes: “para evitar ou reduzir prejuízos só não caindo nos buracos”.

Por dia, a borracharia de Francisco Firmino, próximo ao viaduto da Urbana, na Industrial João Motta, socorre de 15 a 20 condutores vítimas dos buracos. Como Delmar Valério, de 53 anos, que para não bater no carro à frente, caiu na cratera e estourou o pneu. “É um absurdo a gente ter contratempo e despesa por incompetência da Prefeitura”, desabafou.  A área – cruzamento entre as avenidas Mário Negócio, Industrial João Mota e Felizardo Moura – é um dos principais corredores de acesso entre a zona Norte e as zonas Oeste e Leste da cidade e também um dos mais afetados . “Nunca, em 15 anos que estou aqui, teve tanto carro pra trocar pneu. Chega a fazer fila, às vezes”, diz o borracheiro.

Na entrada da avenida Felizardo Moura, próximo ao postos Iprigança, um buraco é causa de acidentes constantes. Situado em área de curva, a cratera se abriu em fevereiro passado, devido a um vazamento na tubulação de água potável sanado há três meses. “No último acidente, um motociclista quebrou o fêmur. É um perigo isso aqui, quase todo dia tem carro batido e gente machucada”, disse o morador Humberto Lima Portela.

A titular da Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura – Semopi, Teresa Cristina Vieira Pires, informou que “enquanto durarem as chuvas, não temos nenhuma possibilidade de dar continuidade à Operação Tapa-buracos”. Segundo Teresa Cristina, o contrato no valor de R$ 147.396,56 firmado com a Canteiro Construções LTDA e publicado no Diário Oficial do Município do dia 7 de julho, só passará a ter vigência quando for assinada a Ordem de Serviço. “O contrato tem vigência de 180 dias, a partir da assinatura da Ordem de Serviço, e acredito que no início de agosto estarmos iniciando os trabalhos”, acredita a secretaria. Além da Operação Tapa-buraco, a Semopi também estuda a pavimentação de novas ruas.

Fonte: Tribuna do Norte

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