Em outubro de 2011 (último dado disponível), quase 347 milhões de pessoas usaram a rede de ônibus urbanos dessas cidades – São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Porto Alegre, Fortaleza, Curitiba e Goiânia. Parece muito, mas significa uma redução de 130 milhões de passageiros em 16 anos.
“Na década de 70, 65% das viagens nas grandes cidades eram feitas em transporte coletivo e 35% em transporte individual”, afirma Marcos Bicalho, diretor-superintendente da NTU. “Hoje, essa divisão está em 50% e 50%.”
Para o executivo, a diminuição do volume de passageiros nas redes de ônibus não está relacionada apenas ao aumento da frota de automóveis nem à má qualidade dos serviços prestados pelas viações, mas também ao preço das passagens.
Bicalho argumenta que as tarifas ficaram altas por dois motivos: a carga tributária chega a 31% – somando impostos e encargos setoriais – e 27% dos usuários têm algum tipo de desconto tarifário, o que encarece o valor pago pelos demais.
Como forma de diminuir seus custos e reduzir as tarifas na ponta final, a NTU encaminhou ao governo um pedido para que o setor seja incluído na desoneração da folha de pagamento, passando a recolher para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) uma parcela fixa do faturamento.
Ao mesmo tempo, uma das prioridades da associação no Congresso é derrubar um projeto de lei, de autoria do senador Álvaro Dias (PSDB-PR) e relatado por Paulo Paim (PT-RS), que altera o Estatuto do Idoso e estende a maiores de 60 anos o benefício de viajar gratuitamente nos ônibus urbanos. Hoje o benefício se restringe a viagens interestaduais. O projeto transforma em nacional um assunto regulamentado por leis municipais.
Fonte: Valor Econômico