Certa vez, um carro de som anunciava um culto especial de determinada igreja evangélica, contendo 60 pastores – um de frente ao outro – e os fiéis seguiam por um corredor, recebendo bênçãos e dádivas divinas distribuídas por aqueles homens de Deus. Não sou religioso. Atualmente, faço parte do famoso grupo de ‘católicos não praticantes’. Tenho minha fé, convicção, rezas e crenças. A questão, porém, não sou eu; é esse culto na qual tento me lembrar com mais clareza e poder atribuí-lo à empresa Guanabara. Ela, definitivamente, não está tendo sorte com os 60 novos ônibus adquiridos esse ano. Sei não… 60 pastores, 60 ônibus… São sinais!
A compra feita no início do ano marcou a empresa. Foi uma das maiores renovações de sua história; optou pelo modelo Marcopolo Torino com chassi Mercedes-Benz OF 1722, que trazia sua nova pintura, baseada na empresa que a comprou – Metropolitana/PE. Já na chegada dos veículos a Natal, um problema: um dos veículos veio com grave falha no motor. Boatos dão conta que ele passou mais de um mês na concessionária, e foi preciso recorrer à fábrica para efetuar seu ajuste. Dos 60 adquiridos, 59 foram às ruas. Tudo bem! Isso acontece! Produção em larga escala… Vai ver a Guanabara foi só uma no meio de tantas empresas Brasil a fora que tiveram o mesmo problema. Depois disso, já com todos os ônibus em operação, também foram observados alguns defeitos na fabricação dos veículos. Parecia que eles não tinham recebido devido acabamento, e algumas peças (como a caixa de itinerário) estavam se soltando. Foi necessário a própria empresa fazer tal ajuste, concertando os veículos. Excelente! Isso só demonstrou ainda mais o potencial de sua manutenção – pra mim, que conheço, considero uma das melhores de todo Brasil.
Mas ai vieram os acidentes. Ora, acidentes acontecem! Ainda mais com ônibus; aqueles gigantes no meio das avenidas, entre pequenos carros e quase invisíveis motos. Mas por que, especificamente, acidentes relativamente graves e logo com aqueles ônibus, novinhos; Em uma frota de mais de 200 ônibus… Houve o caso do carro 247, da linha 64, que se acidentou no Centro da Cidade, onde um motorista de um carro perdeu seu controle e só sobrou para o ônibus. Depois dele, o carro 225, da linha 60, que se acidentou gravemente no túnel de Igapó, zona norte de Natal, e teve que passar por imensa reforma para que pudesse voltar às ruas. Eu soube, inclusive, que o incidente comprometeu até seu chassi. Coitado! Como se não bastasse acidentes, na última semana, o incendiado da vez foi também um desses Torino. O veículo 218, da linha 02. Não que eu queira ver ônibus sendo queimados – longe de mim! Uma coisa que não quero, em hipótese alguma, é propagar o vandalismo relacionado ao transporte – mas em uma frota de 800 ônibus se escolher um daqueles 60 ônibus novos? Vejamos pelo lado bom (se é que se pode considerar): ele apenas poderia estar no dia errado e na hora errada. Pobre coitado!
Tomara que isso não sirva de prelúdio para outros eventuais ‘casos exóticos’ que venham acontecer com outros desses 60 Torinos adquiridos pela Guanabara em 2011. Até passei a gostar daqueles veículos – em sua chegada, confesso que não me adaptei muito bem à nova pintura. Falta de sorte? Quem sabe. Que me perdoem os pernambucanos – povo na qual tenho enorme respeito e consideração – mas é válido lembrar que houve certa discussão sobre a renovação da Guanabara pelo fato de os ônibus que pra cá vieram serem alongados, enquanto os do grupo que a comprou em Recife seguem em tamanho padrão (relativamente curto para linhas de grande demanda) – e sabidamente a população pernambucana clama por ônibus maiores. Certa vez, um compositor popular questionou em uma música se os baianos poderiam ser ‘entidades’. Será que os pernambucanos também?
De qualquer maneira, também considero válida uma pesquisa sobre essa tal igreja – ou, claro, outros meios que se possa encontrar para retirar eventual má sorte desses veículos; cultos, missas, louvores, bênçãos, benzedeiras, etc.
Aleluia irmãos!
Itamaracá de trucado novo
A pernambucana Itamaracá Transportes, reconhecidamente uma das melhores empresas de ônibus do Nordeste e acionista das norte-riograndenses Trampolim da Vitória e Nossa Senhora da Conceição, está novamente renovando sua frota. A opção continuou pela montadora Comil – que a empresa vem comprando desde 2011 – com o chassi Volks. Algumas mudanças: dessa vez, os veículos são três eixos, e o modelo do chassi é o VW 17.260 EOD. Havia comentários de que a empresa não iria mais investir em ônibus trucados, visto o enorme gastos com pneus, o que, notoriamente, não condiz com a realidade. Com a chegada dos novos ônibus, outros trucados sairão da frota – Urbanuss Pluss, de 2005. Será que vêm pra Natal? Torço que sim. Serão extremamente bem aceitos!
Thiago Martins
Rapaz a Guanabara para muita gente realmente não esta tendo sorte mesmo com sua nova frota, mais convenhamos que são 60 carros novos e que estão espalhados por Natal, e a razão no meu ver é tal da proporção onde fica mais facil acontecer algo com uma uma empresa do tamanho da Guanabara onde se ver muitos carros na ruas e sempre entre um e outro passa um desses abençoados. essa é a minha opnião, agora a novidade da ITA foi de f…a pois logo um 17.260 foge um pouco dos padrões, bela materia.