O fato é que estamos às vésperas de uma Copa do Mundo onde Natal se diz será uma das 12 cidades-sedes – confesso que tenho ainda dúvidas – e o setor de transporte urbano continua um caos e nada tem sido feito para a sua melhoria. Diante disso as preocupações aumentam sobre se a capital do Rio Grande do Norte terá mesmo condições de ser uma das sedes do Mundial de Futebol, tendo em vista que num evento de tamanha grandeza o transporte público de qualidade é coisa primordial.
Carlos Eduardo Alves, afora os problemas que irá enfrentar para recuperar o poder de investimento da cidade terá pela frente, certamente, esse grande abacaxi, que é tornar Natal viável para a Copa do Mundo com projetos de mobilidade urbana incluindo aí o transporte público que possa satisfazer as exigências da FIFA. Não será, certamente, uma tarefa fácil, até porque, ao assumir em 1° de janeiro o prefeito eleito contará com menos de dois anos para viabilizar todos os projetos exigidos pela entidade maior do futebol.
Passa ainda pela melhoria do transporte público de qualidade que atenda as necessidade dos usuários o tão propalado VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) que se for implementado do jeito que é o projeto original, que tive a oportunidade de conhecer numa reunião na sede da CBTU (Companhai Brasileira de Trens Urbanos), em Natal, não passará de um arremedo, ou seja, as cidades servidas hoje pelos trens urbanos da Grande Natal é que serão contempladas, como a própria Natal, Extremoz e Ceará-Mirim. A única diferença é que haverá a integração entre trens e ônibus. Portanto, isso significa dizer que moradores de Ponta Negra, por exemplo, não vão desfrutar do VLT. A menos que o projeto seja alterado, o que não acredito.
A questão do transporte urbano em Natal é muito mais complicado do que se pensa. Não se resolve o problema com construção de corredores exclusivos para ônibus. Isso ameniza o trânsito, mas não resolve o problema do usuário. É preciso colocar mais linhas, inclusive, com ônibus rodando pela madrugada, até porque não se concebe uma cidade turística sem ônibus nas madrugadas. É necessário ainda colocar ônibus novos e não as sucatadas verdadeiras latas de sardinha que estamos acostumados a ver nas ruas.
Mas como fazer isso se o setor está falido e pedindo arrego? A solução, sem dúvida, é a licitação colocando no seu edital as exigências que terão que ser cumpridas pelas empresas que vieram a explorar o transporte coletivo em nossa cidade. Do contrário, vai ficar tudo como está ou até mesmo piorar o que já é ruim. A conferir!