Editorial UNIBUS RN: O contraste rodoviário no RN

Divulgada esta semana a imagem de um novo ônibus adquirido pela empresa Expresso Cabral, a renovação demonstra muito mais que sua capacidade em enfrentar a crise que o segmento de transporte rodoviário vive atualmente – e ser, junta a Empresa Alves, as únicas que conseguem renovar suas frotas, o que reflete em uma boa prestação de serviços aos usuários. As renovações demonstram principalmente que as poucas demais empresas não estão conseguindo mais sobreviver – sem renovar a frota, e deixando suas manutenções cada vez mais deficientes. O Governo do Estado é o principal vilão na crise – que não combate ou cria políticas para atuação dos clandestinos.
Novo G7 com chassi Mercedes-Benz OF 1721 Euro V da empresa Expresso Cabral – Foto: Marcio Bruxel/Ônibus Brasil
Historicamente, as empresas rodoviárias de Natal sempre foram boas prestadoras de serviços. As frotas, atualmente sucateadas, eram de ônibus de luxo quando comprados há 20 anos e destacando as empresas como boas prestadoras de serviço no estado – e hoje são as frotas comuns das empresas, com os veículos utilizados diária e interminavelmente. Carrocerias e chassis ultrapassados, proporcionando a sensação de uma viagem rodoviária nos anos 90 – dependendo do veículo, ainda nos anos 80. Em outros tempos, com uma nova norma poluente entrando em vigor no país, certamente todas as empresas rodoviária do Estado já teriam aderido aos novos chassis, inovando e se mostrando sempre a frente até mesmo das empresas urbanas – apesar de a maioria das empresas urbanas também ainda não ter aderido às renovações com os chassis da norma Euro V; neste caso, alegado por outra crise que as afeta: os três anos sem reajuste tarifário. A maior aquisição dos Euros V se deu, até agora, pelas empresas rodoviárias, justamente nas renovações da Alves e Cabral.

No caso das carrocerias, especificamente, parecia que as empresas potiguares já sabiam o que viria pela frente, quando optaram em décadas passadas, a compra de marcas resistentes para seus ônibus, como Busscar e Marcopolo. Aliás, não sabiam! Era a qualidade das empresas que era tamanha, que suas renovações só eram feitas com ônibus impecavelmente bons – para a época – e que, de tanta qualidade, perduram até hoje. Recentemente, circulava um vídeo na internet feito por um usuário prestes a embarcar na rodoviária de Natal: de um lado, um modelo Marcopolo G7 da Cabral – única empresa rodoviária do estado a possuir o modelo que esbanja tecnologia, disposto em suas linhas; ao lado, um ônibus que data o final dos anos 80 de outra empresa que a cada dia decai ainda mais seus serviços. O usuário fez a prática comparação entre os modelos, de certa maneira, entre as situações das empresas – e para sua tristeza, ele iria embarcar no mais velho.

Alves e Cabral são, portanto, o contraste rodoviário que há no Rio Grande do Norte. Um contraste próspero, que, independente dos por quês ou dos meios, lutam contra a inércia do órgão gestor do Estado e prestam um serviço com maior dignidade aos usuários, oferecendo também melhores condições de trabalhos aos operadores. As demais empresas cabem à inspiração e o desejo que possam também melhorar suas situações e operações.

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