Pois é, caro leitor. Chegou o fim de semana da maior festa da nossa cidade. Um carnaval fora de época que movimenta nossa economia, traz artistas de muito prestígio, muita alegria, descontração para quem vai participar e…
Transtornos, engarrafamentos, fechamento de ruas, mudanças de itinerários e dor de cabeça pra quem vai passar pelo local da festa, seja a pé, de ônibus, carro ou tentando chegar em casa. Esse é o panorama de mais uma edição do Carnatal, que começou ontem na capital potiguar.
Até contrasta um pouco do que diz o refrão do tema oficial da festa, que acontecerá até o próximo domingo:
♫♪ “Carnatal é Natal! Carnatal é viver! Carnatal é amor e prazer” ♫♪
Tema oficial do Carnatal (Lane Cardoso)
Não é bem isso que acontece com o restante de Natal durante os “quatro dias de folia”.
Infelizmente, a empresa privada que organiza esta que é uma das maiores micaretas do Brasil a organiza em um corredor importantíssimo que, havendo algum problema, pode travar metade da cidade: a rotatória do futuro estádio “Arena das Dunas”, que envolve as avenidas Prudente de Morais, Lima e Silva, Romualdo Galvão e o cruzamento delas com a Capitão-Mor Gouveia. É somente um trecho que, mesmo sendo pequeno (pouco mais de 600 metros), é considerado um dos de maior movimentação de veículos em toda a cidade.
Normalmente, já há, nos horários de pico, muita movimentação e engarrafamentos constantes. Imagine então nesses dias de Carnatal?
Se você vai pular atrás do trio elétrico, certamente não quer demorar muito pra conseguir chegar ao corredor da folia, certo? Pois, certamente, vai demorar. Graças ao fechamento de todo esse trecho, todo o fluxo de carros que passa naquele trecho será dividido entre a BR 101 (Já saturada de tantos veículos) e outras ruas (nem todas preparadas para suportar o alto volume de veículos – pesados, inclusive) que ficam paralelas ao trecho onde fica a estrutura do Carnatal – incluindo a Rua São José, onde fica um grande hospital particular que sempre sofre com o barulho dos veículos que lotam a estreita rua e com os trios, que passam por trás do local. Fora o lixo e a fedentina que ficam por toda a região, atrapalhando também a circulação dos veículos.
Além disso, você que não vai pular no Carnatal terá de se contentar a modificação do itinerário dos ônibus, que passarão muito longe desse trecho, causando, certamente, transtorno para quem precisa se deslocar àquele trecho.
Mas, falamos de tudo isso que ocorre durante a festa. Tudo bem, são só quatro dias para quem quer vir curtir a folia – pra essas pessoas, é pouco tempo de transtorno. O problema de essa festa ser feita em uma avenida de altíssimo movimento dura bem mais do que quatro dias: no mínimo, um mês. Por quê?
Quem trafega naquele trecho, diariamente, já enfrenta engarrafamentos pelo excesso de veículos e dois sinais de trânsito que travam tudo. Junta-se a isso toda a parafernália que é usada na montagem do “corredor da folia”, com caminhões, carros e muita gente – fazendo assim, com que o trânsito seja interrompido em uma ou duas faixas da Prudente de Morais, travando mais ainda o já caótico trânsito. Isso influi em muitos aspectos, que não dá pra descrever todos nesse pequeno espaço – mas, o principal, para o transporte coletivo, é o atraso na viagem, deixando ônibus e paradas cheias e causando transtornos no deslocamento das pessoas.
Enfim. Por um lado, é bom ter uma festa desse tamanho na nossa cidade por vários aspectos (que não influi citarmos todos aqui, mesmo sendo benéficos). Mas, o lado ruim é muito maior, pois causa inúmeros transtornos ao natalense que não quer, não gosta ou vai curtir o Carnatal, travando metade da cidade. Por isso, fechamos esse editorial de hoje deixando você a pensar: Já que a música do Carnatal diz “carnatal é viver”, dá pra se viver com o que ele causa?