O caso é estranho por vários aspectos. Primeiro foi o fato de ser surpresa. O prefeito eleito Roberto Cláudio classificou a medida de “pegadinha”. Como assim? Onde estavam o novo prefeito e sua equipe de transição que não leram o Diário Oficial? Provavelmente, por ser véspera de Natal… Mas a comparação é justa. Uma pegadinha só funciona se houver uma vítima desatenta ou imprevidente. O acompanhamento de medidas no final de um mandato é obrigação básica para uma nova gestão, especialmente se a disputa eleitoral foi desgastante. Se não viram, falharam feio; se souberam e não falaram, é estranho.
É estranho também que a própria ex-prefeita tenha assumido uma medida que acarreta ônus para a sua imagem. Todo aumento no preço de serviços e de impostos sempre desagrada a população. Então por que ela pouparia o novo prefeito de ter que anunciar novos reajustes? Ou então de ter que manter preços baixos comprometendo receita fiscal? Estaria Luizianne Lins chateada com os eleitores? Difícil. Políticos de sucesso são profissionais e costumam a pesar as vantagens e as desvantagens de uma decisão. Se Luizianne aumentou a passagem no apagar das luzes de seu mandato, é legítimo acreditar que tenha visto nisso um benefício. Estranho.
O certo mesmo é que nesse jogo de interesses em conflito entre a gestão que sai e a que entra, não há espaço para ingenuidades. Estranho seria se não fosse assim.
Fonte: Fortalbus