Nosso sistema municipal de transporte tem passado por algumas modificações visuais. A SEMOB (Secretaria de Mobilidade Urbana de Natal) tem, desde o final do último ano, tentado organizar as questões dos prefixos dos ônibus. Muitos devem saber, mas vale lembrar: Historicamente, as empresas utilizavam o ano do veículo seguidos de seus respectivos números de ordem (96001) – era assim em todas as empresas. No final do anos 90, cada empresa ganhou um número de ordem, substituindo o ano do veículo. Apenas a Cidade das Dunas, por não ser filiada ao SETURN (Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Natal) a época, continuou com a sequência ano do ônibus + prefixo do veículo.
Com a recente onda de venda de empresas municipais a grupos pernambucanos, estes não pouparam tempo em aplicar, aqui, o critério de numeração do sistema pernambucano – composto por três números, onde o primeiro representa o ano do ônibus; e, no caso de Natal, ignorando o ‘código’ da empresa. A primeira – tanto a ser vendida, quanto a ter a mudança implantada – foi a Trampolim da Vitória. Porém, esta atua na região metropolitana de Natal, e sempre teve seu critério de numeração diferenciado. A aplicação foi até viável. O problema aconteceu quando a ‘novidade’ chegou a Natal, com a Transportes Guanabara (adquirida pela Empresa Metropolitana) e com a Conceição (adquirida pela Itamaracá Transportes). Todos os ônibus ganharam novos prefixos. Pronto! Se tratando de numeração, o sistema estava uma bagunça! As empresas ignoraram seus ‘códigos’ e, como seria lógico, sobrou numeração repetida entre as empresas – o que até então, não acontecia por aqui.
A SEMOB não gostou nem um pouco da mudança e tratou de tentar organizar tudo! Sabe-se que a Secretaria estava insatisfeita por não conseguir, se quer, distinguir uma reclamação feita, vindo de um usuário mais leigo que eventualmente sabia apenas a numeração do veículo. “Carro 205” – mas 205 da Guanabara ou da Conceição? E lá era necessário recorrer a outros meios para se descobrir, talvez até bola de cristal. Então, todas as empresas tiveram que voltar a utilizar seus códigos. Na Guanabara (e acredita-se que o mesmo ocorra na Conceição, que ainda não começou o que poderíamos classificar de ré-reprefixação dos veículos), apenas o código da empresa voltou à numeração, continuando, de certa maneira, com o ideal do sistema de Pernambuco. E a mudança sobrou até para a Cidade do Natal – que, como já colocado, historicamente sempre utilizou o ano do veículo. Ela recebeu o código ‘6’, que pertencia a Riograndense.
Eis que entre as mudanças na Cidade do Natal, a Via Sul – sempre parceira – achou interessante o fato da numeração sem o zero inicial (historicamente, opcional) e resolveu retirá-los de seus ônibus. Muitos dos ônibus da empresa já estão com prefixo começando no número ‘5’. Isso tudo é excelente! Ainda sou contrário ao fato das numeração usada pela Guanabara – e que provavelmente também será pela Conceição. Recife é Recife, Natal é Natal! Sistemas diferentes! Por mim toda numeração antiga voltaria, e restaria, ainda, a empresa Santa Maria a retirada de seu zero inicial dos prefixos. Pronto! Se tratando dos prefixos das empresas, nosso sistema estaria bem organizado e independente entre as empresas. A conferir!
Thiago Martins
Martins! Tudo o que você disse eu concordo e assino embaixo!
No caso de Recife o sistema de 3 dígitos é interessante e mais fácil para o usuário identificar desde que cada empresa tenha uma cor diferente.
Por exemplo, empresa A – ÔNIBUS branco e azul
empresa B – ônibus cinza e vermelho
empresa C – ônibus 100% azul
empresa D – ônibus amarelo e verde, etc…
Isso mesmo considerando existir (no caso de Recife, 18 empresas), a possibilidade de existir 18 prefixos iguais.
É claro que o mais coerente seria numerar de 01000 à 18000, principalmente agora que o sistema de Recife futuramente terá somente e unicamente 5 cores diferentes!
O SEI existe desde 1994 e caminhava em passos lentos, mas de uns anos prá cá muitas obras foram feitas e mais ônibus azul, amarelo, verde,branco e vermelho entraram no sistema AMPLIANDO a frota.
O Lado bom de Recife é que foram implantando o sistema gradativamente e as linhas sem alterações MANTIVERAM suas cores originais (cada empresa pelo menos tem alguns carros ainda em suas próprias cores). Há casos de empresas que tem apenas alguns ônibus com as cores do SEI pq nas áreas onde elas operam ainda não tem obras do Governo. Lembrando ainda que é o Governo de PE que fiscaliza o serviço urbano e metropolitano da Grande Recife, através do consórcio grande recife transportes que é o nome da antiga EMTU-PE.
Aliás, gostaria de saber quando (mês e ano) ela foi extinta para dar lugar a esse consórcio que nem parece nome de órgão gestor.
Nas outras cidades, o termo consórcio é usado para ESCONDER empresas de ônibus todas dentro de uma estrutura só,excetuando-se os casos de Curitiba (3 consorcios) Rio (4 consorcios) e Sampa (8 consórcios urbanos + 4 consórcios metropolitanos)
0 41 47 9603-5480 – Sou radicalmente contra esses consórcios, eles nunca melhoraram a qualidade do transporte e conheço os transportes de várias partes do Brasil nas quais as prefeituras e governos exigiram esse agrupamento de empresas e o transporte só piorou ou na melhor das hipóteses ficou do mesmo jeito que estava.
Também sou contrário a prefeitura sustentar uma estrutura pesada que é uma empresa estatal de transportes com frota pública, como é o caso da CARRIS de Porto Alegre que não participará de nenhuma licitação pois ela é dona de quase 40% do sistema de Porto Alegre. A licitação que será feita lá nesse ano é apenas para os atuais 3 consórcios que ESCONDEM 14 empresas diferentes e que são responsáveis por 60% da fatia do bolo! Tira-se dinheiro da segurança e da saúde para SUSTENTAR um sistema de transpote estatal que ao sabor dos ventos das próximas administrações, um ano está bom e no outro está ruim e assim sucessivamente.
Ainda bem que NATAL nunca teve empresa pública, elas não funcionam direito, o pior exemplo foi o da gigantesca CMTC que já chegou a ter 3679 ônibusnos áureos tempos na cidade de Sampa e era um cabide de empregos com mais de 30 mil funcionários públicos ganhando altos salários e mordomias. De motoristas/cobradores mesmo, se tinha 10 mil pessoas era muito e eram os que menos ganhavam no perverso sistema estatal que existia desde 1947 e que com Paulo Maluf no poder em 1993 foi iniciada a extinção e concluída em 1995. É claro que o transporte de início melhorou e muito, pois só na primeira fase da privatização em 1993, entraram 20 empresas novas com numeração 42000 à 61000 e 1051 ônibus O Km, a maioria CAIO e CIFERAL.
Lembro-me que uma das empresas que ganhou 5 lotes adquiriu de uma só vez 327 ônibus do modelo GLS Bus e em quase todos os tipos de chassis p/ urbanos existentes naquela época: OF1318, VW16180, Volvo B58E. Busologia é história e ela muda a cada ano e a história dos prefixos de Natal é muito interessante. Parabéns pelo seu site.