Com quatro quilômetros de extensão, uma das principais vias de comércio e de maior fluxo de veículos de Nova Parnamirim, a avenida Maria Lacerda Montenegro tem problemas, cada dia, mais graves em relação à insegurança no trânsito para motoristas e pedestres. Além de ser uma artéria estreita, dos dois lados, a Maria Lacerda Montenegro não tem acostamento e a sinalização de trânsito, horizontal e vertical é precária, não acompanha o seu crescimento diante dos novos empreendimentos que estão chegando, como os supermercados Extra e Nordestão e os condomínios residenciais construídos ao longo dela, entre a avenida Ayrton Senna e a rodovia federal BR-101.
Os problemas começam a partir da avenida Ayrton Senna, na confluência da sequência da antiga estrada do Jiqui, onde os motoristas cobram a colocação de um semáforo em frente a um motel. Um motoqueiro que não quis se identificar, disse que “só em janeiro dois colegas haviam perdido a vida”, devido a falta desse equipamento de segurança de trânsito de veículos. Já adiante, no entroncamento da avenida Maria Lacerda Montenegro com a avenida Olavo Montenegro, que dá acesso ao conjunto da Cophab, o motorista José Galdino de Oliveira disse que a colocação do sinal de “três tempos” reduziu em muito o número de acidentes, mas falta de sinalização.
Apesar da existência do sinal, não tem placa sinalizando de virar à esquerda para quem vem da BR-101 e quer entrar na av. Olavo Montenegro e nem de virar à direita para os que vêm desta para seguir até à avenida Ayrton Senna. A falta de sinalização gera dúvidas quanto a essa conversão. Um problema crítico é o cruzamento com as ruas Ielmo Marinho e Candelária, entre um posto de gasolina e o espaço de ventos Boulevard, onde são constantes as batidas de carro. “Se tivesse um sinal de trânsito aqui ajudava muito, porque o gelo baiano não tem mais”.
Embora conte com “retornos” em diversos trechos, de ida e volta, os motoristas também têm dificuldade de fazer a inversão porque mesmo havendo “entradas” dos retornos, elas são curtas e deixam uma parte dos carros tomando a faixa de rolamento. Para o técnico de operações José Lins Lopes Neto a situação mais crítica fica depois do supermercado Extra, porque “acabaram os retornos” e muitos carros têm de fazer a volta por cima dos gelos baianos. “É uma coisa besta, mas é inseguro”, disse.
Segundo José Neto os problemas de trânsito vêm aumentando a cada dia por causa do crescimento populacional e comercial da área. “O fluxo de carros”, disse José Neto, “aumenta, mas a engenharia de trânsito não faz nada, não evolui”. A velocidade regulamentar na av. Maria Lacerda Montenegro é de 50 km/hora, mas só existe um “pardal” ou redutor de velocidade monitorando os veículos.
Detran licita equipamentos para a avenida: Segundo o secretário municipal de Trânsito e Transporte de Parnamirim, João Clementino Gonçalves Filho, ouvido pela Tribuna do Norte muitos motoristas e pedestres telefonam pedindo soluções à Setra e, diante disso, o órgão enviou para o DER, desde o dia 14 de janeiro, um ofício pedindo que a autarquia oficialize ser, realmente, o responsável pela gerência do tráfego naquela avenida.
“Já passaram-se 20 dias e não tivemos resposta”, afirmou Gonçalves Filho. O diretor do Departamento Estadual de Estradas e Rodagens (DER), Demétrio Torres, explicou que o controle de tráfego na avenida Maria Lacerda Montenegro, por meio da instalação de equipamentos como semáforos e lombadas eletrônicas, é de competência do Departamento Estadual de Trânsito (Detran).
Ao DER, segundo Torres, cabe a sinalização horizontal nas vias, mas alegou que por estar fora da sede do órgão não teria como detalhar a situação. Sobre o ofício encaminhado pela Setra, o diretor do DER informou que foi encaminhado para análise da assessoria jurídica do órgão e, caso seja comprovado que a avenida configura uma rodovia estadual passará à responsabilidade do Estado.
“Para isso, o Município deverá responder também a uma série de critérios”, acrescentou. À Tribuna do Norte, o chefe de gabinete do Detran, Manoel Ferreira, disse que está em aberto um processo de licitação para equipamentos eletrônicos, contudo, por estar fora do Departamento, no final da tarde de ontem, não saberia precisar quais os pontos serão contemplados. O chefe de gabinete se dispôs a dar entrevista na manhã da última terça-feira.
Fotos: Emanuel Amaral (Tribuna do Norte)
Fonte: Tribuna do Norte