O período entre as quatro horas da tarde e as dez da noite tem sido de apreensão diária para os usuários de ônibus em Maceió. É neste intervalo de tempo que ocorre a maioria dos assaltos a coletivos na capital alagoana. Em janeiro, a polícia registrou uma média de dois casos por dia, grande parte deles na parte baixa da cidade, área de atuação do 1º Batalhão.
A consolidação deste tipo de crime em Maceió já despertou atenção especial dos órgãos de segurança pública, que ainda não encontraram, no entanto, meios eficazes para combatê-lo. Uma série de novas medidas está sendo estudada pela polícia e pelas empresas que oferecem o serviço na cidade para tentar garantir mais tranquilidade para trabalhadores e passageiros.
Uma dessas medidas deve gerar ainda muita discussão entre o empresariado. É a extinção das propagandas fixadas nos vidros traseiros dos ônibus, conhecidas como “outbus” e disputadas no meio publicitário. A sugestão partiu da polícia, já que as propagandas acabam dificultando a visão sobre o que acontece dentro dos veículos, como explica o presidente do Sinttro (Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário), Écio Ângelo.
“Sem a propaganda, o vidro fica livre e qualquer movimentação estranha dentro do ônibus pode ser vista por quem está do lado de fora. Isso facilita o aviso à polícia”, diz o presidente do Sinttro.
Segundo ele, uma outra medida de segurança contra assaltos já foi aceita pelo grupo que administra três das empresas permissionárias dos serviços de transporte público da cidade: Massayo, Cidade de Maceió e Piedade. As empresas, afirmou Écio Ângelo, se comprometeram a instalar nos ônibus, de forma experimental, chips de alerta e monitoramento semelhantes aos que já estão sendo usados pelos táxis da capital alagoana.
Os constantes assaltos a ônibus foram um dos temas da primeira reunião do ano do Conselho Estadual de Segurança (Conseg), no dia 28 de janeiro. Para o presidente do conselho, juiz Maurício Brêda, as empresas precisam investir em mecanismos que combatam o crime e atuar junto à polícia. Brêda defende o fim dos pagamentos de passagens nos coletivos e a intensificação de medidas policiais preventivas.
“Primeiro, é preciso acabar com aquelas caixas cheias de dinheiro dentro dos ônibus. Uma alternativa é o uso de cartões para todos os usuários, que possam abastecê-los previamente em postos externos”, argumenta. “Outra medida na qual estamos pensando é a inserção de policiais à paisana nos coletivos. Mas não para agir quando o assalto estiver em andamento, e sim para abordar suspeitos e abortar possíveis situações de risco”, explica o presidente do Conseg.
Fonte: Portal TNH1 (AL)